O sexo anal é uma das práticas que mais suscita debates entre cristãos sobre quais os limites para os casais. Há pastores que se posicionem de maneira favorável, pontuando que deve haver acordo entre os cônjuges, e há quem pontue passagens bíblicas para formar um argumento contrário.
Do lado que se opõe à prática, o pastor Renato Vargens, escritor, palestrante e dirigente da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ) propôs uma reflexão sobre os motivos que embasam sua rejeição ao sexo anal.
“Sexo anal é normal? A Bíblia permite e incentiva? Para um mundo absorto em pecado a resposta é sim. Contudo, para aqueles que querem seguir a Palavra de Deus e entendem que ela deve servir como lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos, a resposta é não”, resumiu.
O artigo que Vargens publicou em seu blog traz uma explicação em três tópicos, com citações que corroboram a rejeição ao sexo anal, mesmo que entre casais:
1 – As Escrituras em Romanos condenam essa prática. Romanos 1:26-29, o apóstolo Paulo condena a prática do sexo anal ao afirmar que as mulheres trocaram as relações naturais pelas que são contra a natureza. A ortodoxia evangélica é clara em afirmar que a prática do sexo anal, não é avalizado pelas Escrituras.
2 – O ânus não foi feito para receber nada e sim para expelir. Como bem disse [o reverendo presbiteriano] Augustus Nicodemus, o ânus pode ser comparado a um tipo de esgoto onde se elimina fezes.
3 – Existem inúmeros riscos de saúde no sexo anal. Diferente da vagina, o ânus não possui lubrificação natural, como também não possui elasticidade. A penetração anal pode produzir ferimentos que proporcionarão ação de bactérias e vírus que em contato com a corrente sanguínea poderão trazer graves enfermidades como variadas infecções, endocardite bacteriana e outras mais. Além disso, a Sociedade Americana do Câncer afirma que a prática do sexo anal é um fator de risco para câncer anal.
Escolha
A postura sobre o tema é diferente no caso do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC). O líder pentecostal publicou um artigo, em 2013, pontuando que a Bíblia não normatiza a prática, o que faz com que a decisão seja uma opção do casal.
“Embora não haja nenhuma referência explícita, condenando-o, há aqueles que condenam essa prática com base em 1 Coríntios 6:10-13. Eles defendem que o sexo anal é condenável à luz da Bíblia porque há nesse texto de Paulo uma condenação à sodomia não apenas praticada por homossexuais, mas também por heterossexuais […] A meu ver, essa prática deve ser discutida pelo casal à luz dessas possibilidades e de um dos princípios básicos da intimidade conjugal: o consentimento mútuo”, opinou Malafaia.
O pastor frisa que as decisões do casal devem ser feitas baseadas apenas em suas preferências e no respeito ao cônjuge: “Se foi Deus quem instituiu o casamento e se Ele, que poderia, não interfere na intimidade do casal, pessoa alguma tem autoridade para ditar o que é permitido ou não na relação conjugal. Logo, o que fazemos na intimidade com nosso cônjuge não deve ser determinado por pastor, padre, nossos pais nem amigos. Ninguém pode interferir na relação conjugal, a não ser o próprio casal, em comum acordo”.
Por fim, um conselho: “Eu gostaria de chamar a atenção de que, na Bíblia, há algumas indicações claras do que está fora do padrão estabelecido por Deus para a sexualidade do casal. Entre essas práticas sexuais condenáveis estão: a prostituição, o adultério, o homossexualismo, a fornicação (relação sexual entre solteiros) e o sexo bestial (sexo com animais)”, concluiu.