A luta de Israel contra o terrorismo do grupo Hamas fez surgir uma série de manifestações pelo mundo, despertando uma onda de antissemitismo jamais vista desde o fim do holocausto nazista. Mas, felizmente, o Estado judaico também vem observando a reação de cristãos em diferentes países, todos mobilizados em seu socorro.
Nos Estados Unidos, por exemplo, milhares de cristãos evangélicos lançaram a campanha Don’t Look Away (Não desvie o olhar, em tradução livre), lançada pela Christians United for Israel (CUFI), com o objetivo de arrecadar fundos para os israelenses.
Uma vez que a guerra consome valores na casa dos milhões e bilhões, a preocupação é fazer com que o país não fique desamparado em setores estratégicos, como no socorro médico às vítimas do conflito. Até o momento, já foram arrecadados 2,65 milhões de dólares com esse objetivo.
“Apesar das circunstâncias sombrias nos campi universitários e em algumas regiões do país, isso não reflete a corrente dominante na América”, declarou Shari Dollinger, codiretora executiva da CUFI, ao The Times of Israel.
“Contamos com 10 milhões de membros. Muitas pessoas desejam contribuir de maneira prática para proporcionar a Israel e ao povo judeu a certeza de que não estão sozinhos”, completou Shari.
As manifestações de apoio a Israel contrastam com algumas que pregam ódio aos judeus e externam apoio ao Hamas, que atacou o Estado judaico no dia sete de outubro, assassinando brutalmente cerca de 1.400 inocentes, incluindo mulheres, idosos e até bebês, muitos dos quais queimados e estuprados.
Pastores se posicionam
A Comissão de Liberdade Ética e Religiosa (ERLC), afiliada à Convenção Batista do Sul, também lançou um manifesto de apoio a Israel, assinado por dois mil pastores, denominada “Declaração Evangélica em Apoio a Israel”.
No Brasil, a Coalizão pelo Evangelho, um grupo formado por inúmeros pastores e teólogos renomados, também lançou uma nota em apoio ao país judaico. Na França, cerca de 100 mil pessoas protestaram contra o antissemitismo, reforçando o coro contra o terrorismo.
Enquanto isso, aqui no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula passou a ser criticado por equiparar o Estado de Israel ao grupo terrorista Hamas. Em uma declaração feita na noite da última segunda-feira, o petista distorceu os fatos ao falar da guerra no Oriente Médio:
“Eu nunca vi uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes. Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel também está cometendo um ato de terrorismo”, disse Lula.
Em resposta ao presidente da República, a Confederação Israelita do Brasil emitiu uma nota classificando como “perigosa” a fala do petista. Leia a íntegra do documento, abaixo:
A fala hoje do presidente Lula equiparando as ações de Israel ao grupo terrorista Hamas é equivocada e perigosa.
Desde o começo dessa trágica guerra, provocada pelo mais terrível massacre contra judeus desde o Holocausto, Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques.
O Hamas, por outro lado, se esconde cínica e covardemente atrás das mulheres e crianças de Gaza. A morte desses civis palestinos é uma arma importante da estratégia do Hamas, uma estratégia que o próprio grupo terrorista reconhece que pratica.
Além de equivocadas e injustas, falas como essa do presidente da República são também perigosas. Estimulam entre seus muitos seguidores uma visão distorcida e radicalizada do conflito, no momento em que os próprios órgãos de segurança do governo brasileiro atuam com competência para prender rede terrorista que planejava atentados contra judeus no Brasil.
A comunidade judaica brasileira espera equilíbrio das nossas autoridades e uma atuação serena que não importe ao Brasil o terrível conflito no Oriente Médio.