Desde quando saiu da prisão e retornou aos Estados Unidos, após ser acusado de “terrorismo” e ficar preso na Turquia sob o risco de ser condenado à morte, o pastor Andrew Brunson inda vê o seu nome envolvido em assuntos polêmicos envolvendo o governo turco.
Mais recentemente, a rede de TV Fox News descobriu, por exemplo, através de uma entrevista com o mafioso Serkan Kurtulus, que ele teria sido contratado pelo próprio governo turco para matar o pastor Brunson.
A ideia do governo turco, segundo Serkan, era fazer parecer que a morte do pastor teria sido por conflitos políticos ocorridos em 2016, quando o pastor foi acusado de compactuar com o “Movimento Hizmet”, inspirado pelas ideias de Fethullah Gülen, que é contrário ao governo.
“Mesmo antes da tentativa de golpe, [as autoridades] começaram a falar sobre Brunson – que ele era um espião e apoiava o terrorismo”, disse Serkan Kurtulus, 38, à Fox News, direto de uma prisão na Argentina, onde está desde junho desse ano, após ser detido por formação de organização criminosa.
“Então, após o golpe fracassado [de 2016], eles queriam que eu encontrasse alguém para matá-lo e culpar os participantes do Hizmet”, completou Serkan, se referindo ao pastor evangélico.
Pelo relato do mafioso é possível perceber que a morte de Brunson poderia ter ocorrido através de um atentado surpresa.
“Depois da tentativa de golpe, [funcionários do governo] criaram um arquivo de inteligência sobre Brunson que compartilharam comigo e me pediram para encontrar um jovem, uma pessoa religiosa que se sacrificaria pela nação”, alegou Serkan, segundo a Voz da Turquia.
Ao comentar às revelações de Serkan, o pastor Brunson disse que não está surpreso, visto que pelo modo como foi tratado na Turquia durante o período em que ficou preso, sabe que essa possibilidade é real, muito embora o governo turco negue às denúncias do mafioso, dizendo que tudo não passa de uma “tolice total”.
“Há muita intriga e conspiração naquela parte do mundo, e me tornei um homem odiado na Turquia – odiado pela população em geral como resultado de uma campanha de propaganda contra mim e odiado pelo governo por causa do crescente custo que eles estavam pagando para continuar a me deter ”, disse Brunson.
“Imagino que haja pessoas que queriam me matar naquela época e algumas que gostariam de me matar agora”, conclui o pastor.