Uma mulher turca que cresceu sob a religião muçulmana e se entregou a Jesus Cristo durante um tempo que passou na Alemanha, e agora enfrenta perseguição em sua terra natal, já que passou a ser mal vista pela sociedade e pela família.
O relato de Ayse integra uma série documental produzida pela Missão Portas Abertas sobre os cristãos perseguidos ao redor do mundo. A Turquia é um dos países mais hostis aos cristãos em todo o planeta, ocupando a 42ª posição na Lista Mundial de Perseguição.
A entidade missionária, que também monitora a perseguição religiosa, declara que “os cristãos enfrentam perseguição extrema” na Turquia, já que os fiéis a Jesus se tornam alvo de hostilidade devido ao “nacionalismo religioso”, promovido pelo atual presidente, Recep Tayip Erdogan.
“O governo visa até os seguidores de Jesus estrangeiros nas fronteiras e os casados com cidadãos turcos”, destaca a entidade missionária.
Para os turcos muçulmanos, a conversão ao cristianismo “não é ilegal”, embora uma mudança dessa natureza resulte em situações desagradáveis: “Se o muçulmano decide seguir a Jesus, sofre as consequências dentro da família e da comunidade. Em alguns casos, os cristãos vivem vidas duplas para esconder a nova fé”.
“Qualquer cristão é considerado de segunda classe e enfrenta todos os tipos de obstruções legais e burocráticas. Ele tem acesso limitado a empregos públicos e enfrenta discriminação no trabalho privado”, contextualiza a Portas Abertas a respeito do cenário na terra natal de Ayse.
Teoria x prática
A Constituição turca define o Estado como sendo laico, o que na teoria garante a liberdade religiosa para seus cidadãos, sem que a máquina estatal tenha meios legais de favorecer ou dificultar o exercício de qualquer religião.
Porém, na prática, ao longo dos últimos 10 anos – período da ascensão e consolidação do governo de Erdogan – as regras e os valores islâmicos têm ganhado cada vez mais influência, em todas as esferas da sociedade.
“Quando um turco muda de religião ou se torna cristão, logo é visto como traidor da cultura e da nação turca. Ex-muçulmanos são controlados e observados, por isso muitos cristãos escondem a fé”, diz a Portas Abertas.
No caso de Ayse, viver uma vida dupla não era uma opção: “Ela não consegue, e nem deseja, esconder a fé em Cristo. E, por isso, ela enfrentou diversos desafios e perseguições que a atingiam e à sua família”, descreve a entidade.
“Milhões de cristãos são marginalizados e oprimidos no mundo por causa da fé no mundo. Mais de 360 milhões de cristãos são perseguidos por sua opção religiosa e seguir a Jesus, nesses países, pode custar a vida”, conclui a Missão Portas Abertas, que disponibiliza o acesso à série documental neste link.