O debate sobre liberdade religiosa e direitos civis LGBTs é motivo de grande confusão na sociedade atual. No entanto, Karen Pence, esposa do vice-presidente dos Estados Unidos – EUA, Mike Pence, fez um discurso recentemente que praticamente desmontou boa parte das narrativas contrárias à fé dos cristãos no tocante a esse assunto.
A declaração de Karen Pence foi dada durante uma entrevista ao jornal o USA Today. Ela foi questionada sobre o motivo pelo qual retomou o ensino na Escola Cristã Immanuel, localizada nos EUA, onde professores e alunos declaradamente homossexuais não são permitidos.
Ao ouvir de um jornalista que “um gay pode dizer que a sua fé está lhe atacando por serem homossexuais”, a segunda-dama respondeu explicando que não há lógica em tal afirmação, visto que esse pensamento é fruto de uma visão que confunde liberdade de pensamento com julgamento pessoal.
“Este país – EUA – foi fundado sob a liberdade religiosa. Acho que precisamos ter cuidado ao lidar com às crenças de outras pessoas. Eu acho que se você tem alguém com uma certa crença, isso não significa que esse alguém esteja necessariamente julgando você.”, disse ela.
“Por exemplo, existem pessoas que têm certas restrições alimentares por causa de sua fé. Eu não sinto que eles estão me julgando se eu comer essa comida”, completou. “É lamentável que alguém se sinta julgado. Certamente nunca seria minha intenção que alguém se sentisse julgado por mim. Definitivamente não. Mas sou apenas uma pessoa que acredita na Bíblia, por isso não deve ser certo alguém me atacar por minhas crenças.”
A segunda-dama citou como exemplo a fé dos judeus com relação a certas comidas. Enquanto os cristãos se abstiveram da Lei mosaica por entenderem a vida mediante à Graça oferecida por Cristo, os judeus ainda vivem sob o peso da Lei do Antigo Testamento.
“O site Dallas Kosher lista um grande número de restaurantes que servem comida kosher em nossa cidade. Se eu passar por um desses restaurantes enquanto como um hambúrguer com queijo (violando a interpretação ortodoxa judaica de Êxodo 23:19 e Deuteronômio 14:21), não consigo imaginar que me sentiria julgada por aqueles que estão lá dentro”, disse Karen.
“Se eles são judeus observadores, estão simplesmente seguindo os ensinamentos de sua religião. Como cristã gentia, estou seguindo os meus ensinamentos (cf. Atos 15: 19-20)”, declarou.
Finalmente, Karen Pence citou exemplos extremos para mostrar que a mera decisão de não aceitar algo não significa uma violação de direitos, mas sim o exercício da liberdade de consciência e escolha.
“Não conheço simpatizantes nazistas que pediram com êxito os tribunais para forçar os padeiros judeus a produzir bolos com suásticas sobre eles. Ou não-muçulmanos que exigiram com sucesso padeiros muçulmanos para fazer bolos difamando o Profeta Muhammad”, disse ela.
“Mas os cristãos evangélicos são regularmente solicitados a violar nossas crenças religiosas por aqueles que afirmam que nossos direitos estão violando os deles”, concluiu, segundo a USA Today.