A luta pelo direito à liberdade religiosa e de expressão em Cuba ainda é um desafio para a sociedade local, especialmente os cristãos, como o pastor Ricardo Fernández Izaguirre, que foi preso injustamente e agora poderá responder a vários processos criminais impetrados pelo regime comunista do país.
O pastor Ricardo foi preso quando se apresentou por convocação na delegacia de Camagüey às 13h de uma terça-feira no último dia 12 de novembro. Os agentes do regime comunista de Cuba, aparentemente, não lhe deram maiores explicações sobre o motivo da sua prisão.
O pastor foi liberto da prisão 29 horas após a sua detenção. Por ser um conhecido ativista pela liberdade religiosa em Cuba, é possível que a prisão repentina do pastor Ricardo tenha sido uma tentativa de intimidação das suas ações no país.
“Mantive minha posição e mantenho-a hoje”, disse o pastor, segundo informações da Christian Solidarity Worldwide (CSW)“Eles podem fazer o que quiserem comigo, mas eu não paro de defender os direitos dos cidadãos cubanos à liberdade de religião ou crença.”, completou.
O pastor relatou que ficou em uma cela sob condições de tortura psicológica, visto que era “pequena demais e desconfortável para alguém do meu tamanho”. A privação da noção de tempo também foi imposta ao líder religioso, muito embora ele não soubesse o motivo exato da sua prisão.
“Eu não sabia se era dia ou noite, porque não podia ver do lado de fora, havia apenas uma luz muito forte, que foi deixada o tempo todo acesa.”, disse ele.
“Enquanto eu estava lá, eles tiraram meus óculos, o que me deu uma forte dor de cabeça, porque eu preciso usá-los o tempo todo e não consigo ver sem eles”. completou.
Para Anna-Lee Stangl, diretora de advocacia da CSW, a prisão do pastor Ricardo realmente foi injusta e o caso está relacionado à sua luta pela liberdade de consciência no país comunista.
“Apesar de termos recebido com agrado a libertação de Ricardo Fernández Izaguirre, ele nunca deveria ter sido detido em primeiro lugar.”, ressaltou Stangl.
“As autoridades cubanas não devem criminalizar a defesa pacífica dos direitos humanos e permitir que Fernández Izaguirre continue seu trabalho de defesa da liberdade de religião ou crença para todos, sem mais interferências ou obstruções.”, conclui ela.