A Igreja Universal do Reino de Deus exibiu, semanas atrás, uma matéria com o testemunho de um guerreiro de uma tribo africana, no Quênia, que foi evangelizado por missionários da denominação. Porém, nas redes sociais, houve críticas à iniciativa.
O bispo Marcelo Pires, responsável pelo projeto, disse que a aproximação com a tribo foi cautelosa: “O bispo Macedo nos deu a direção para evangelizarmos as tribos. E nós, então, conseguimos chegar à tribo Maasai, que foi um grande desafio, porque eles não estão acostumados a conviver ou andar com o homem branco”, afirmou.
O guerreiro levado pela Universal ao Templo de Salomão é parte da tribo Maasai, a única no continente africano que mantém, ainda hoje, as tradições de seus antepassados, de acordo com informações do site oficial da denominação.
Os maasai vivem na selva africana e sobrevivem através do cultivo de rebanhos, como ovelhas, cabritos e vacas. “Pelo menos uma vez por mês, eles precisam realizar um furo no pescoço de uma vaca, sem tirar a vida dela, para se nutrirem do sangue. Não é um ritual, é uma necessidade por causa dos poucos recursos alimentares que eles dispõem”, diz o texto no site da Universal.
A alimentação dos tribais se baseia no leite que podem extrair da criação e na carne crua, pois sem tecnologia para o preparo da carne, terminam por consumi-la da forma como a natureza os fornece.
Vez ou outra os maasai têm o rebanho atacado por leões, e para isso, a tribo seleciona e treina guerreiros, como o levado ao culto, para caçar os felinos e afugentá-los: “Eles não aceitam, ficam revoltados com isso. Eles vão e caçam os leões. Chegam até a matar, se necessário. Por que, se eles permitirem que seus rebanhos venham a ser dizimados, como é que eles vão sobreviver? Eles vivem na selva, não tem dinheiro na selva, então, eles fazem a troca de animais por vestimentas, entre outras coisas que eles necessitam, por isso, há essa cultura dentro deles de sempre ter um grupo de guerreiros”, contou o bispo.
Pires destacou ainda que o guerreiro levado ao Templo de Salomão, chamado Moisés, “teve que matar um leão”, e isso o promoveu internamente: “Hoje, ele é um formador de guerreiros. A cada 15 anos, jovens da idade de 15 anos, vão com ele e vivem na selva por 7 anos. Ele treina os jovens para defenderem a família”, acrescentou. A viagem de visita ao Templo de Salomão foi a primeira da vida de Moisés, que nunca havia deixado a tribo.
De acordo com informações do jornal Diário de Pernambuco, a exibição da história do guerreiro tribal foi criticada nas redes sociais. Alguns internautas, demonstrando um raciocínio influenciado por ideais comunistas e conceitos pós-modernos, afirmaram que o trabalho missionário destrói a cultura milenar dessas tribos, que vivem isoladas do mundo.
“Custe o que custar pra mim significa à força, e o que se tem que fazer à força nunca é bom”, criticou uma internauta no Facebook, referindo-se a uma frase usada pela denominação na postagem original, que dizia não medir esforços para alcançar essas tribos. “Isso é um completo desrespeito a cultura de outros povos. Vocês agem de forma etnocêntrica, arrogante e racista. Uma vergonha para o Brasil”, afirmou outro.
“Respeitem a fé dos outros, isso é uma violência cultural e religiosa sem tamanho!”, rebateu outro usuário.
Assista ao programa com o guerreiro tribal no Templo de Salomão: