O uso da liberdade de expressão parece ter virado licença para atacar o sentimento religioso de judeus e cristãos espalhados ao redor do mundo. Enquanto no Brasil grupos como a Porta dos Fundos desrespeitam a fé alheia, nos Estados Unidos uma universidade apoia a exposição de uma “arte” que profana a Bíblia Sagrada e a representação de Cristo.
Se trata da Universidade do Sul do Maine (USM), que apoiou o trabalho de um estudante, onde o mesmo rasgou uma Bíblia, pintou suas páginas de vermelho para simular chamas de fogo e inseriu uma representação de Cristo com a imagem de baphomet, um símbolo pagão venerado no satanismo.
O trabalho foi chamado de “Bíblia Profana: Edição Padrão Muito Revisada”, disse o comentarista Todd Starnes para a rede CBN News. “Ele realmente arrancou páginas da Bíblia e as pintou para parecer chamas do lago de fogo. Então ele tirou retratos e pinturas e Cristo e no lugar da face de Jesus ele colocou uma imagem satânica”, explicou.
Segundo o estudante, a intenção foi “questionar à autoridade” atribuída aos símbolos religiosos. “As pessoas questionam diferentes tipos de autoridade, mas, por algum motivo, a autoridade religiosa parece um tabu demais para questionar, então pensei em tentar”, disse ele.
Charlie Flynn, membro da Igreja de Cristo em Casco Bay, considerou a peça uma ofensa aos cristãos e judeus, e não uma forma de questionamento, especialmente porque historicamente o cristianismo e judaísmo sempre foram questionados, e de muitas maneiras, diferente do que alegou o estudante.
“Acho isso muito inapropriado e repugnante”, disse Charlie. “Este é o texto sagrado de alguém sendo profanado, destruído e exibido em um local público”.
Para a universidade, no entanto, o estudante exerceu nada mais do que a sua “liberdade de expressão”, garantida pela Política do Sistema de Administração 212 da instituição.
“O Conselho de Curadores está comprometido em proteger os direitos que todos os membros da comunidade universitária compartilham da liberdade de expressão”, diz o texto emitido pela instituição.
Todd Starnes, por sua vez, lembrou que esse tipo de “liberdade” só existe quando se trata de atos ofensivos exclusivamente contra os cristãos e judeus.
“Aqui nos Estados Unidos da América, somente cristãos e judeus podem ser atacados por suas crenças religiosas”, disse ele.
“É altamente improvável que você veja uma universidade como a Universidade do Sul do Maine aprovar um Alcorão profanado ou permita que um aluno leve fotos do profeta Maomé e colocar uma imagem satânica nesses tipos de coisas”, concluiu.