A Igreja Perseguida – que não é uma instituição específica, mas um nome que representa todos os cristãos que sofrem algum tipo de retaliação por causa de sua fé – enfrenta momentos difíceis atualmente. A Missão Portas Abertas, a título de conscientização, divulgou um documento onde explica como é a vida desses cristãos nos diversos países que praticam censura religiosa.
“Imagine saber que não só você, mas seus pais, seus filhos e seus netos foram condenados a viver em um campo de prisioneiros, porque a sua fé em Jesus foi descoberta”, sugere trecho do documento, fazendo referência à Coreia do Norte. “Estes pensamentos nunca passam por nossas mentes quando pensamos em nossa vida como cristãos no Brasil; não temos medo de termos a nossa fé revelada e corrermos o risco de sofrermos graves consequências por causa disso. Mas esta é a realidade de muitos cristãos ao redor do mundo”, acrescenta o documento.
O relato da Missão Portas Abertas usa o exemplo dos dez países que ocupam o topo da lista de nações que mais perseguem cristãos no mundo, e cita relatos dos fiéis que vivem nesses lugares para exemplificar como é difícil ser fiel.
O país onde a situação dos cristãos é pior é a Coreia do Norte. Há doze anos o país ocupa a primeira colocação na lista de nações que mais perseguem os cristãos. “E o lugar onde a perseguição cristã é mais extrema. A adoração obrigatória ao presidente Kim Jong-Un e seus antecessores não deixa espaço para qualquer outra religião. Forçados a cultuar ao verdadeiro Deus somente em segredo, os cristãos não se atrevem a compartilhar sua fé, nem mesmo com suas famílias. Qualquer um que for descoberto em atividade religiosa secreta está sujeito à prisão, tortura e até mesmo execução pública”, diz o documento.
Na Somália, segunda da lista, o governo diz publicamente que “não há lugar para os cristãos” no país. “O grupo extremista islâmico Al-Shabaab tem como alvo os cristãos; relatos oficiais dos últimos anos indicam que pelo menos 10 fiéis foram mortos pelo grupo. Os cristãos muitas vezes escondem sua fé uns dos outros por medo de traição”.
A Síria, que há pouco tempo era considerado um dos países mais tranquilos do Oriente Médio para cristãos, se tornou o terceiro pior após a guerra civil que assola o país. “À medida que o conflito civil na Síria se agrava, a violência dirigida contra os cristãos também tem aumentado significativamente. Muitos cristãos têm sido sequestrados, fisicamente agredidos ou mortos, e muitas igrejas têm sido danificadas e destruídas”, aponta a Missão Portas Abertas.
Segundo o documento, no Iraque – quarto país da lista -, “grupos terroristas islâmicos têm aumentado em número com o objetivo de livrar o país dos cristãos. De acordo com uma fonte local, a cada dois ou três dias um cristão é morto, sequestrado ou abusado”.
O quinto país da lista é o Afeganistão, que continua instável politicamente e suscetível aos grupos extremistas islâmicos, que crescem a cada dia após os Estados Unidos anunciarem a morte de Osama Bin Laden e retirar suas tropas da região. “O cristianismo é considerado uma religião ‘ocidental’ e aqueles que deixam o Islã enfrentam pressões da família, da sociedade e das autoridades locais. Um político afegão recentemente anunciou sua pretensão de executar todos os convertidos ao cristianismo. Não há igrejas públicas”.
Na Arábia Saudita, onde tem havido conversões de famílias inteiras ao cristianismo, “a prática aberta de qualquer outra religião que não seja o Islã é proibida e a conversão para outra religião é punível com morte. Em 2013, diversas reuniões de oração de migrantes cristãos foram invadidas pela polícia, e muitos fiéis foram detidos e deportados”, revela a Portas Abertas.
O sétimo país da lista é a República das Maldivas, um pequeno país insular formado por 1.196 pequenas ilhas e localizado no Oceano Índico ao sul da Ásia e sudoeste do Sri Lanka e da Índia. De acordo com a Portas Abertas, “ser um cidadão maldivo significa ser muçulmano. Assim, oficialmente não existem cristãos nas Maldivas, somente cristãos expatriados. A lei proíbe a conversão para outras religiões, e aqueles que o fazem perdem sua cidadania. Não há igrejas e os poucos cristãos que existem têm de esconder a sua fé”.
No Paquistão, o oitavo pior país para um cristão viver, a Missão Portas Abertas relata que as “leis de blasfêmia do Paquistão continuam a ter consequências devastadoras para os cristãos. Mulheres e meninas são particularmente vulneráveis, e agressões sexuais contra menores de idade cristãs continuam a ser relatadas”.
O penúltimo país da lista, Irã, vive uma situação de perseguição institucional contra os cristãos. Em 2010, o aiatolá Ali Khamenei alertou os muçulmanos para o crescimento das igrejas cristãs domésticas no país, o que levou à um aumento instantâneo da perseguição aos cristãos. “O tratamento aos cristãos piorou de maneira rápida e significativa. Por meio de serviços de monitoramento, o regime tenta destruir aqueles que evangelizam, prendendo convertidos, banindo cultos na língua local, farsi, e fechando algumas igrejas”.
O décimo país da lista é o Iêmen, onde há liberdade religiosa mínima para os estrangeiros, mas é proibido o evangelismo. “Os iemenitas que deixam o Islã podem enfrentar a pena de morte. Os cristãos de origem muçulmana estão sob vigilância constante de extremistas e são forçados a se encontrarem em segredo”, informa o documento da Missão Portas Abertas.
Ore pelos irmãos da Igreja Perseguida, que enfrentam questões de vida ou morte todos os dias para ter acesso aos valores primários do cristianismo.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+