O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) participou do quadro Dois Dedos de Prosa, do programa do Ratinho, e falou sobre as polêmicas que envolvem a comunidade LGBT e a disputa política pela Comissão dos Direitos Humanos e Minorias (LGBT).
Em sua entrevista, Wyllys afirmou que luta contra as ideias que o pastor Marco Feliciano (PSC-SP)) representa, por elas serem contrárias às suas reivindicações.
“O problema não é o Marco Feliciano em si. Ele é um emblema de alguém que não tem identificação nenhuma com a pauta dos Direitos Humanos”, introduziu o deputado, que teoriza uma conspiração contra os ativistas gays: “O problema é a manobra que foi feita lá na Câmara para que a Comissão de Direitos Humanos fosse tomada por uma maioria de pessoas que são contrárias aos direitos humanos de minorias. Essa comissão existe justamente para garantir um espaço político e legislativo para essas minorias estigmatizadas, e é pra isso que ela deve funcionar. Quando entra uma pessoa que não tem identificação com essa pauta, como o deputado Marco Feliciano, e essa comissão é tomada por uma maioria, que é contrária a essa pauta, a gente tem que reagir”.
Jean Wyllys foi questionado se as reivindicações feitas pelos ativistas gays não seriam uma busca por privilégios e negou: “Existe a igualdade formal, proclamada na Constituição, e existe a igualdade de fato […] que só é realizada se a gente trata os desiguais de maneira desigual. Então, a maneira de a gente fazer aquela igualdade formal, proclamada na Constituição, valer a pena, é a gente tratar essas minorias de maneira desigual, ou seja, observar o que cada uma tem de especificidade, e atender essas necessidades. Embora as pessoas digam que há igualdade para todos, não há”, afirmou.
O ex participante do reality show Big Brother Brasil afirmou que deixou a CDHM porque o ambiente se tornou impróprio para tratar os temas que ele se propõe a representar: “Não tem espaço de atuação, e eu ia servir meramente de trampolim para um discurso conservador, reacionário. As proposições legislativas não iam dar certo, o espaço político não ia ser garantido”, justificou-se.
O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, afirmou que na entrevista concedida por Marco Feliciano a ele, o pastor teria dito que os ativistas gays são pessoas que vivem de manifestações, e receberiam valores por essa atuação política.
Na resposta a Ratinho, Wyllys foi para o ataque contra o pastor: “O deputado Marco Feliciano, além de tudo, é um contumaz mentiroso. Ele foi recentemente desmascarado numa mentira contra Caetano Veloso, e eu vou desmascará-lo nessa mentira. Aquelas pessoas são ativistas, se sentiram ofendidas com as declarações dele. Aquelas pessoas estão reagindo, e a democracia tem que garantir ao grupos sociais a expressão política”, pontuou o deputado, que complementou dizendo que líderes como os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano são desleais: “Essas pessoas não jogam limpo. Eles costumam não só distorcer os fatos, como agir dessa maneira, inventando campanhas difamatórias, ou distorcendo o conteúdo das reivindicações”.
Confira abaixo, a íntegra da entrevista de Jean Wyllys ao programa do Ratinho:
Por Tiago Chagas, para o Gospel+