A ministra Damares Alves, titular do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, concedeu entrevista falando sobre a violência doméstica, e alertou que as mulheres cristãs devem tomar medidas cabíveis em casos de agressão.
Recentemente, sua pasta pôs em prática uma parceria com o Ministério da Justiça, que resultou na Operação Resguardo, com mais de 10 mil prisões no país contra acusados de violência doméstica. Damares se queixou da má vontade da grande mídia com o tema, já que não houve cobertura na imprensa.
“A imprensa não divulgou como deveria. Falam amplamente de operações onde apenas 3 pessoas são presas com ‘dinheiro na cueca’ ou ‘dinheiro na meia’ e eles ficam o dia inteiro transmitindo isso ao vivo. Mas nós estivemos em 1.800 municípios, simultaneamente, com policiais nas ruas prendendo os agressores e não houve essa cobertura”, desabafou.
Desde o início do confinamento por conta da pandemia, o ministério comandado por Damares identificou um considerável aumento da violência doméstica. Na entrevista ao portal Guia-me, ela explicou que esse é um fenômeno mundial: “Aconteceu em todos os países que passaram pelo isolamento — agressor e vítima se viram trancados dentro de casa e a violência cresceu ainda mais”, explicou.
Damares Alves afirmou que muitas mulheres não denunciam seus agressores: “70% das mulheres que morreram, vítimas de feminicídio, nunca haviam denunciado antes”, ponderou, antes de cobrar que as igrejas evangélicas atuem de forma mais enfática ao combate à violência doméstica.
“Antigamente, os pastores encaminhavam o casal a uma reconciliação ou então oravam pela situação. Mas, é preciso orar e encaminhar a vítima até uma delegacia também”, criticou a ministra. “Como Jesus reagiria diante de uma violência contra a mulher? Eu não vejo Cristo pacífico diante da violência. Ele interrompeu um apedrejamento em defesa de uma delas, em seu tempo [Jo 8.7]. Eu vejo Jesus da mesma forma, vejo Ele falando aos agressores de mulheres que querem ocupar o nosso templo”, reiterou.