A Visão Mundial, uma das instituições cristãs de ação social mais influentes e reconhecidas no mundo, se tornou o centro da discussão sobre o casamento gay por admitir que homossexuais casados em seu quadro de funcionários.
O anúncio da divisão norte-americana da Visão Mundial que aceitaria que cristãos homossexuais casados poderiam trabalhar em suas ações levantou discussões acaloradas.
As declarações de Richard Stearns, presidente da ONG nos Estados Unidos, foram dadas à revista Cristianismo Hoje. O executivo disse que embora a entidade não “aprove o casamento entre pessoas do mesmos sexo, optou-se por deixar esta questão sob a autoridade de cada igreja, e assim, a escolha era não excluir uma pessoa da oportunidade de trabalhar na Visão Mundial”.
Stearns acrescentou ainda que a proposta da Visão Mundial era que a ONG fosse um canal de inspiração para a “unidade cristã”, e a aceitação de homossexuais casados em seu quadro de funcionários era “simbólica, ou seja, sem compromisso com esta posição, e em favor da unidade [cristã]”.
Porém, a repercussão negativa da decisão obrigou a Visão Mundial a recuar de sua postura, e emitir um comunicado informando que a postura havia sido revertida.
“O conselho reconheceu que cometeu um erro e optou por reverter a decisão para a nossa política de conduta de longa data que requer abstinência sexual para todos os funcionários solteiros e fidelidade dentro do pacto bíblico do casamento entre um homem e uma mulher “, dizia o documento assinado por Stearns.
O presidente da Visão Mundial expressou ainda uma crença na “visão bíblica do casamento” e se desculpou pela confusão a decisão inicial causado, lembrando que a entidade se pautou pela proposta de tratar a todos com respeito, independentemente de sua opção sexual, pois todas as pessoas foram “criadas por Deus”.
A motivação para a mudança de postura sobre a decisão pode ter sido motivada pela enxurrada de ligações de patrocinadores da entidade informando que deixariam de contribuir com as ações da ONG. Estimando que as perdas fossem milionárias – já que cada doador cadastrado contribui com US$ 35 mensais – o Conselho da entidade resolveu voltar atrás.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+