Caso Jean Wyllys (PSOL-RJ) leve adiante a intenção de desistir do mandato parlamentar, seu substituto será o vereador carioca David Miranda (PSOL-RJ), que obteve a primeira suplência do partido nas últimas eleições. Ativista LGBT, o suplente adota um tom agressivo semelhante ao do deputado ex-BBB.
Miranda tem um histórico de ataques a políticos de visão oposta, incluindo deputados da bancada evangélica no Congresso Nacional. No Twitter, são diversas publicações com críticas que defendem a visão de extrema esquerda, onde o PSOL se situa no campo ideológico.
A chegada de David Miranda ao posto de suplente ocorreu com apenas 17.356 votos, já indicou quais serão seus alvos principais: “O Otoni de Paula (PSC-RJ), vereador daqui que está indo para lá. Temos Alexandre Frota (PSL-SP), temos Kim [Kataguiri] (DEM-SP)”, afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo.
No entanto, os demais integrantes da bancada evangélica também já estiveram na mira do ativista, que vive em união homoafetiva com o jornalista americano Glenn Greenwald. “Crivella beneficiano evangélicos; Otoni praticando homofobia na Câmara; Feliciano usando a Bíblia como Constituição; Bolsonaro desdenhando do Estado laico. Alguém ainda acha que precisamos de mais motivos para não confiar em ninguém que mistura política com religião?”, publicou Miranda no Twitter, em julho de 2018.
Ao opinar que políticos oriundos do campo religioso não merecem confiança, David Miranda insere no mesmo contexto aliados de ideologia política, como os pastores Ariovaldo Ramos – que planeja formar uma “bancada evangélica de esquerda” – e Henrique Vieira (PSOL), ex-vereador, que recentemente afirmou que o “bolsonarismo matou Jesus“.
Deboche
Durante um pronunciamento do então presidente Michel Temer (MDB) em 27 de junho de 2017, quando se defendia de uma denúncia contra ele feita pela Procuradoria Geral da República (PGR) na figura do ex-procurador Rodrigo Janot por crime de corrupção passiva, David Miranda ironizou o discurso em publicações no Twitter.
“‘Assuma seu golpe, Michel. Não tenho nada a ver com isso.’ DEUS”, escreveu o vereador carioca, debochando das referências que Temer fez a Deus em seu discurso.
O pacto não é bem com Deus, né? pic.twitter.com/s5RhOFqgSW
— David Miranda (@davidmirandario) 27 de junho de 2017
“Assuma seu golpe, Michel. Não tenho nada a ver com isso.” DEUS
— David Miranda (@davidmirandario) 27 de junho de 2017
Ainda nas redes sociais, Miranda defendeu a encenação da crucificação que um travesti protagonizou na Parada Gay em 2015 e traçou paralelos com um caso de agressão ocorrido na Parada Gay de Jerusalém, quando um judeu ultraortodoxo esfaqueou um participante do evento. “É impossível não traçar um comparativo entre ela e Jesus. Quem crucificou há quase dois mil anos e quem esfaqueou agora? Tempos tão distintos, mas ambos são vítimas do mesmo algoz: a intolerância”, escreveu.
Outro ponto importante que devemos questionar: a trama que encenou a crucificação na última para LGBT foi esfaqueada (está fora de perigo) +
— David Miranda (@davidmirandario) 11 de agosto de 2015
É impossível não traçar um comparativo entre ela e Jesus. Quem crucificou há quase dois mil anos e quem esfaqueou agora?
— David Miranda (@davidmirandario) 11 de agosto de 2015
Tempos tão distintos, mas ambos são vítimas do mesmo algoz: a intolerância.
— David Miranda (@davidmirandario) 11 de agosto de 2015