Um sermão biblicamente embasado sobre sexualidade, pregado pelo pastor John MacArthur, foi censurado pelo YouTube, que rotulou o conteúdo como discurso de ódio e baniu o vídeo da plataforma.
Recentemente, em resposta a uma lei recentemente aprovada no Canadá que pretende amordaçar pregadores e ministérios cristãos que ofereçam aconselhamento na área sexual a partir das premissas bíblicas, John MacArthur convocou pastores a pregarem sobre moralidade sexual no último domingo, 16 de janeiro.
MacArthur, que lidera a Grace Community Church em Los Angeles, Califórnia (EUA), pregou um sermão na data anunciada sobre sexualidade bíblica, liderando o esforço de pastores em toda a América do Norte para protestar contra a nova lei canadense que entrou em vigor em 8 de janeiro.
A preocupação é que a lei C-4 do Canadá, com sua redação ampla, possa estabelecer precedentes que, de fato, censurem os ensinamentos bíblicos sobre ética sexual e até limite as comunicações pessoais sobre o assunto.
De acordo com informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), muitos pregadores estão protestando contra a lei nos púlpitos, sendo que 4 mil pastores afirmaram sua oposição e disposição de falar contra ela.
A entidade Liberty Coalition Canada considera a redação da lei ampla o suficiente para permitir “o processo criminal de cristãos que falariam a verdade bíblica nas vidas daqueles que estão presos a pecados sexuais como homossexualidade e transgenerismo”.
Sermão censurado
No púlpito, MacArthur disse no último domingo que “não existe transgênero, você é XX ou XY, é isso”, e acrescentou: “Deus fez o homem homem e mulher. Isso é determinado geneticamente, isso é fisiologia, isso é ciência, isso é a realidade”.
“Por um lado, a realidade dessa mentira e engano é tão prejudicial, tão destrutiva, tão isolante, tão corruptora que precisa ser confrontada, mas, por outro lado, esse confronto não pode exagerar o que já existe, que é uma sensação de se sentir isolado nos relacionamentos”, acrescentou o pastor.
Entretanto, o YouTube – que pertence ao Google, uma das big techs mais engajadas no progressismo – removeu o sermão da plataforma. Diante da decisão, o comentarista político e cristão conservador Todd Starnes cobrou um posicionamento da empresa e recebeu uma resposta classificando a pregação como “discurso de ódio”.
“Nossa equipe revisou seu conteúdo e, infelizmente, achamos que viola nossa política de discurso de ódio. Removemos o seguinte conteúdo do YouTube: ‘Não existe transgênero. Você é XX ou XY. É isso. – Pastor John MacArthur’”, informou a plataforma de vídeos.
Em seu blog, Todd Starnes trocou em miúdos: “Em outras palavras, o YouTube afirmou a lei canadense ao banir qualquer oposição ao transgenerismo em sua plataforma”.
Jenna Ellis, conselheira especial da Thomas More Society, que representou MacArthur quando o condado de Los Angeles tentou fechar a Grace Church por desafiar as ordens de saúde induzidas pela pandemia, falou contra a censura do YouTube ao sermão de MacArthur.
“A grande oligarquia tecnológica nos Estados Unidos está implementando o equivalente à lei insana do Canadá ao censurar a verdade e o direito dos pastores de ensinar a Bíblia”, disse ela.
“Se os americanos não pararem as big techs, este novo regime contornará a Constituição para impedir nossos direitos fundamentais de falar e exercer religião e o impacto será devastador”, alertou Ellis.
Os críticos temem que a lei perpetue a perseguição religiosa e possa até governar conversas privadas: “Os americanos devem estar se preparando para um momento em que pastores e líderes religiosos enfrentarão perseguição por ensinar a Palavra de Deus”, acrescentou Starnes.