O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) se tornou um dos investigados da Operação Lava-Jato, e na manhã desta sexta-feira, 04 de março, foi intimado a depor através de condução coercitiva por agentes da Polícia Federal.
Os mandados expedidos pelo juiz Sério Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), envolviam busca e apreensão em seu apartamento, em São Bernardo do Campo (SP) e ao Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, na capital paulista. Além de Lula, sua esposa, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, e seus filhos foram alvo de um mandado de busca e apreensão.
A 24ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Aletheia – termo que os gregos usavam para se referir à busca pela verdade -, tornou-se o assunto mais comentado no Twitter em todo o mundo, superando a estreia da nova temporada da série House of Cards, sucesso mundial de audiência na plataforma Netflix.
Segundo a Polícia Federal, Lula foi levado em um carro à paisana para a sala das autoridades no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde está sendo interrogado sobre denúncias feitas contra ele em fases anteriores da investigação do Petrolão, incluindo o sítio em Atibaia (SP) e o tríplex no Guarujá, no litoral paulista.
De forma contundente, a Lava-Jato afirmou em nota que Lula é “um dos principais beneficiários” de crimes cometidos no âmbito da Petrobras.
O juiz Sério Moro informou, que o ex-presidente “não está imune à investigação”, e que os mandados de busca e apreensão e condução coercitiva para depoimento são justificados com base nas evidências obtidas até o momento na Operação Lava-Jato: “Embora o ex-presidente mereça todo o respeito, em virtude da dignidade do cargo que ocupou (sem prejuízo do respeito devido a qualquer pessoa), isso não significa que está imune à investigação, já que presentes justificativas para tanto”, afirmou o magistrado na nota oficial.
O Partido dos Trabalhadores está se posicionando sobre o assunto, acusando o Ministério Público, a mídia e os partidos de oposição de “golpe”: “Toda a bancada do PT em São Paulo está a caminho do Aeroporto de Congonhas, para prestar solidariedade a Lula. O petista Paulo Pimenta (foto), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, também viaja em instantes a São Paulo para ir ao encontro de Lula, que depõe na Polícia Federal. Vai engrossar o coro de que se trata de um ‘golpe’”, informou o jornalista Guilherme Amado, no site do jornal O Globo.