O acesso aos filmes adultos é um mal que está presente também entre os cristãos evangélicos, e boa parte disso é por falta de discussões explícitas sobre o assunto nas igrejas, segundo o pesquisador Samuel L. Perry.
Perry escreveu um livro chamado “Viciado em Luxúria: Pornografia na Vida dos Protestantes Conservadores” (em tradução livre), onde apresenta dados preocupantes do General Social Survey sobre o consumo de pornografia entre os membros de igrejas.
Segundo o pesquisador, 40% dos homens protestantes com menos de 40 anos viram pornografia no ano passado e a tendência de consumo entre os evangélicos é maior do que a do público em geral, aparentemente, por causa da curiosidade e a dependência causada pelo vício nos filmes adultos.
“Eles se sentem presos e se sentem julgados; eles sentem que precisam esconder e mentir sobre isso”, disse Perry ao site The Christian Post, sugerindo que a falta de diálogo aberto sobre o assunto prejudica o combate a esse tipo de vício.
“A saúde mental é afetada quando eles fingem que não estão fazendo isso ou se sentem mal consigo mesmos. Também prejudica seus casamentos e relacionamentos íntimos, porque eles definitivamente sentem que precisam esconder isso”, destaca o pesquisador.
O problema do acesso aos filmes adultos deveria ser mais abordado pelos líderes das igrejas, segundo Perry. Eles “…apenas deveriam dizer: ‘Vamos falar sobre isso. Vamos ter uma reunião todos os anos em que saímos e falamos”, disse ele, segundo o Religion News Service.
O surgimento de pequenos grupos de estudos bíblicos nos lares tem colaborado para o melhor enfrentamento desse problema, visto que os homens se sentem mais íntimos uns dos outros para falar abertamente sobre o vício.
Ainda assim, Perry conta que falar sobre o consumo de pornografia entre os evangélicos é uma dificuldade, algo que prejudica quando é preciso abandonar esse pecado, pois se torna mais difícil receber orientações e acompanhamento espiritual.