A vida da pastora, cantora e deputada federal Flordelis (PSD) está sendo devassada em decorrência da investigação da morte de seu marido, pastor Anderson do Carmo, no dia 16 de junho. Agora, as adoções feitas pelo casal serão averiguadas a pedido do Conselho Tutelar.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Niterói abrirá um inquérito para apurar as adoções feitas pela pastora, assim como a situação de adolescentes que estão sob seus cuidados.
O Conselho Tutelar do Largo da Batalha, em Niterói, informou à Polícia Civil que há uma adolescente vivendo de forma irregular na casa de Flordelis, há aproximadamente seis anos. De acordo com informações do jornal O Globo, a pastora nunca deu entrada no procedimento de adoção e também não tem a guarda da jovem.
O registro da ocorrência foi feito pela presidente do conselho tutelar, Eliana Virgílio. Agora, a Polícia deve investigar se todos os menores que estão na casa de Flordelis foram adotados seguindo os trâmites legais.
De maneira preliminar, a Polícia já ouviu um dos filhos afetivos de Flordelis, André Luiz de Oliveira, no último dia 10 de outubro. Ele admitiu que ficou responsável por buscar a adolescente em Jacarepaguá, na zona oeste da capital fluminense, e levá-la para a casa da família, em Pendotiba, Niterói, há aproximadamente seis ou sete anos.
Segundo André, a jovem foi entregue a ele por Carlos Knust, então diretor da gravadora MK Music, e sua esposa. O casal também será intimado a prestar depoimento para que as versões sejam confrontadas.
Há também outras denúncias envolvendo as adoções que a DPCA irá apurar. Em um dos casos, há a acusação de que a primeira criança acolhida por Flordelis, em 1993, na Central do Brasil, nunca foi formalmente adotada. Hoje com 26 anos, Rayane dos Santos Oliveira foi levada para a casa da pastora ainda recém-nascida, e ficou sob os cuidados de Simone dos Santos, filha biológica de Flordelis, fruto de um relacionamento anterior ao casamento com Anderson do Carmo.
Há a suspeita de que ela tenha registrado Simone como sua filha sem o aval de um juiz. Embora não exista nenhum processo na Justiça sobre a adoção da jovem, os investigadores se baseiam no Código Penal, que define que registrar o filho de outra pessoa como seu é crime com pena prevista de dois a seis anos de prisão.
Uma acusação feita pela sogra de Flordelis, Maria Edna, também será apurada. Durante os depoimentos para a investigação da morte do pastor Anderson, ela declarou que Daniel dos Santos de Souza, que sempre foi apresentado como filho biológico do casal, é adotado. Não há, no entanto, nenhum processo de adoção do rapaz e ele foi registrado como se fosse filho de Flordelis e Anderson.