Os casos de intolerância religiosa acontecem com frequência no país, mas a grande mídia traz destaque apenas aos relatos que envolvem fiéis de religiões afro-brasileiras. No último final de semana, uma adolescente evangélica foi agredida dentro de um ônibus por ter cantarolado uma música gospel.
A adolescente de 15 anos teve sua identidade preservada após o desentendimento ter evoluído para agressão física dentro de um ônibus na cidade de Porto Velho (RO). O jovem que a agrediu, identificado como Vitor A. C., 18 anos, foi detido pela Polícia por lesão corporal.
De acordo com informações do portal local Rondônia Ao Vivo, o ônibus trafegava pela avenida Raimundo Cantuária, próximo à rua Araguaína, no bairro Jardim Santana. A vítima relatou que cantava uma música gospel e estava acompanhada de outros fiéis, que haviam tomado a condução para ir a um culto.
O agressor se incomodou com a expressão da adolescente e pediu que ela ficasse quieta. Ao ser ignorado, Vitor se aproximou da adolescente e passou a desferir socos contra ela, sendo contido logo em seguida pelos demais passageiros. O motorista levou o ônibus até a Base de Policiamento do bairro, onde o caso foi relatado e o jovem detido e encaminhado para a Central de Flagrantes.
Intolerância
Parte da perseguição religiosa e intolerância às expressões de fé da contemporaneidade são fruto do que se chama de ativismo ateu, um movimento que se vale de um discurso de suposta superioridade intelectual para propagar ideias contrárias à crença. Esse movimento já desembarcou no Brasil e tem deixado marcas.
O ativismo ateu, também tratado como neo-ateísmo, segue uma lógica particular de tentativa de convencimento de religiosos sobre a não-existência de Deus, mas também de “proselitismo”, já que tenta atrair quem esteja indiferente na discussão através de argumentos, a princípio, racionais, mas que terminam se traduzindo em perseguição religiosa.
O tema foi discutido no programa De Tudo Um Pouco, da Rede Super de Televisão, com o teólogo Rodrigo Silva, que definiu o neo-ateísmo como um “evangelismo às avessas”. Como consequência dessa nova roupagem, há efeitos colaterais que se traduzem em perseguição religiosa, como em países comunistas e até nos Estados Unidos, onde grupos organizados se valem de chantagens judiciais para silenciar comunidades e tradições.
“Nós temos no Brasil um movimento de esquerda muito forte, que é muito ligado a algumas tendências marxistas, alguns posicionamentos de autores de linha marxista e que quase emplacaram nas universidades públicas do ateísmo metodológico”.
“Em muitas universidades públicas, você não pode falar de Deus porque esse assunto é para a igreja, mas pode falar do ‘não Deus’. Eu não posso chegar na UFMG e propor de estudar Deus em uma tese de doutorado. Mas eu posso propor de estudar o ateísmo. Interessante, se não pode falar de Deus, não pode falar da existência e nem da não existência”, pontuou.