No mundo há diversos tipos de protestos em escala global, alguns até em proporções histéricas, como o que ocorreu durante a divulgação de queimadas na Amazônia no mês de setembro. No entanto, entre essas manifestações de “indignação” e “comoção”, uma que certamente não se vê na mídia é o massacre de cristãos que ocorre em diversos países.
Segundo um relatório publicado pelo Gatestone Instituto, o mês de agosto já pode ser considerado o mais sangrento para os cristãos perseguidos em 2019. Apesar disso, a perseguição, exclusão, tortura e assassinatos brutais dos seguidores de Jesus são abafados e passam despercebidos aos olhos de muitos.
Por exemplo: na mesma semana do terrível ataque à mesquita em Christchurch, na Nova Zelândia, em março desse ano, mais de 200 cristãos foram mortos na Nigéria. Não houve comoção mundial pela comunidade cristã. Foi como se eles simplesmente não existissem.
“Difícil foi encontrar no noticiário algo a respeito do massacre desses cristãos. Nada de passeatas em homenagem aos cristãos martirizados, nada de dobrar sinos a pedido de governos, nada de camisetas com ‘Je suis Charlie’, nenhuma indignação popular”, comentou o Padre Benedict Kiely em 4 de setembro, segundo a Crisis Magazine.
Na África, o terrorismo islâmico patrocinado pelo Boko Haram na Nigéria, onde pastores locais já denunciaram haver um “genocídio de cristãos”, tem se espalhado para outros países como Camarões, Níger e Chade.
Uma testemunha chamada Enoch Yeohanna relatou um dos ataques do grupo para a CBN News, ocorrido em agosto.
“Eles pediram que ele negasse a Cristo e, quando ele recusou, cortaram sua mão direita. Então ele recusou [novamente], cortaram novamente no cotovelo. No qual ele recusou, antes de atirar nele duas vezes, na cabeça, na testa, pescoço e no peito”, disse.
Também na África, “uma insurgência islâmica em expansão transformou o Burkina Faso de um país pacífico conhecido pela agricultura, um festival de cinema célebre e tolerância religiosa em um centro de extremismo”, relatou Danielle Paquette para o jornal The Washington Post em 21 de agosto.
A situação não é diferente em diversos países, listados em 50 pela organização Portas Abertas. Desde tradutores da Bíblia, mortos recentemente no Camarões, até o sequestro de jovens mulheres no Paquistão e Turquia, a perseguição religiosa aos cristãos ocorre de várias maneiras e continua sendo ignorada amplamente, muitas vezes até pela própria Igreja.
“Os satélites da NASA captaram os incêndios na Amazônia, urgindo os líderes mundiais a se comprometerem a proteger a floresta amazônica. Queimar, mutilar e assassinar cristãos não é monitorado por satélites, seu sofrimento não é visto nas TVs nem nos jornais. Na realidade, no Ocidente parece que a perseguição aos cristãos sequer existe”, conclui o Gatestone.