Um funeral terminou com um pastor apedrejado por usar a Bíblia Sagrada durante a cerimônia de despedida de um fiel em Uganda, após citar a promessa de ressurreição que as Escrituras trazem. A referência ao tema irritou muçulmanos radicais que estavam presentes.
O pastor Davidson Okirori, 39 anos, foi apedrejado e espancado até ficar inconsciente por muçulmanos radicais que compareceram ao funeral de uma fiel que morreu em decorrência de um acidente após alguns dias internada.
Okirori conduziu o funeral de Vanisha Namukasa, que havia se convertido ao cristianismo e deixado o islamismo, portando o livro sagrado da religião muçulmana e também a Bíblia.
A iniciativa, segundo relatado pelo Morning Star News, era uma tentativa de ilustrar as diferenças entre as duas crenças, aproveitando a presença de muçulmanos na cerimônia.
O pastor, que lidera a Covenant Church of God em Buwenge, tentou explicar sua intenção: “Sendo a falecida uma muçulmano que se converteu ao cristianismo, carreguei comigo o Alcorão, o Hadith de Bukhari e a Bíblia para mostrar aos enlutados o fato da única e poderosa ressurreição de Jesus como o Filho de Deus, ao mesmo tempo em que mencionei que Maomé, sendo apenas um profeta de Alá, não ressuscitou”, disse Okirori.
“Era uma boa oportunidade para eu testemunhar o amor de Cristo aos muçulmanos que se reuniram no funeral”, acrescentou ele. Enquanto falava, quis aproveitar a ocasião para comparar aqueles livros, mas sua ideia foi mal recebida: “Quando comecei a mencionar os versos de todos esses livros ouvi um jovem gritando: ‘Você kafir [infiel], pare de nos enganar – se você veio para enterra-la, enterre-a, mas não use o Alcorão sem receber ablução. Isso é uma blasfêmia ao nosso Alá”.
O jovem revoltado foi seguido por outros muçulmanos presentes, que passaram a gritar palavras de ordem: “Fora daí!”. O tumulto se instalou imediatamente quando outros tomaram o microfone do pastor e começaram a arrancar páginas da Bíblia. Em seguida, outros muçulmanos começaram a apedreja-lo.
“Eles estavam jogando pedras onde eu estava, e uma atingiu minha cabeça e eu caí. Um muçulmano me atingiu com um objeto na boca e, a partir daí, não sei o que aconteceu mais. Eu me encontrei no Hospital Mulago com sangue por todo o corpo e minhas roupas”, disse Okirori.
De acordo com informações do portal The Christian Post, os cristãos estavam em maior número no funeral e conseguiram conter os muçulmanos radicais, que levaram consigo o Alcorão e os Hadiths para a mesquita próxima, cantando o slogan jihadista: “Allahu Akbar [Deus é maior], nós vencemos, nós vencemos”.
O pastor está se recuperando das feridas na cabeça, costas e braços, mas ainda precisa de acompanhamento médico. Ele também pediu orações por se preocupar com sua segurança.