Um pastor argelino e sua esposa estão celebrando a notícia de sua absolvição em segunda instância pelo “crime” de praticar uma religião não islâmica. O casal vivia sob pressão há quase três anos e a condenação previa um ano de prisão.
O pastor Ahcnene e sua esposa receberam a notícia da absolvição no último domingo, 30 de junho, quando a Corte anunciou seu veredito a respeito do recurso apresentado pelo casal.
Em novembro de 2021 a Polícia local passou a observar o pastor e sua esposa de forma intimidatória: “Eles exigiram que eu obtivesse uma autorização para praticar o cristianismo e ameaçaram me prender se eu continuasse a fazer os cultos sem autorização”, relembrou o pastor.
Desde 2006 vigora uma lei na Argélia que proíbe qualquer culto não muçulmano, o que levou os cristãos do país a viverem sob intensa e constante pressão. Os templos foram fechados e dezenas de líderes cristãos passaram a ser perseguidos.
O cristianismo tem raízes históricas na Argélia, com ruínas de igrejas históricas que existiam na região sendo reconhecidas como parte do patrimônio arqueológico local. Há, por exemplo, um batistério de 58 metros de comprimento e 42 metros de largura, sendo a maior construção já escavada no país.
recentemente com grande alegria. “Essa é uma boa notícia para mim, minha esposa e nossa igreja. Agradecemos a Deus e a todos que me apoiaram nesse processo e oraram por mim”, disse o pastor. A Corte anunciou a absolvição no domingo, 30 de junho.
O pastor Ahcnene e sua esposa servem à igreja Ait-Douala (Béni-Douala) na província de Tizi Ouzou no Norte da Argélia, uma congregação que é filiada à Associação de Igrejas Protestantes na Argélia e opera na região há dez anos sem qualquer problema com as autoridades.
Conforme informações da Missão Portas Abertas, “a pressão recente dos oficiais obrigou o casal a fechar a igreja em abril do ano passado”, e mesmo sem abrir o templo, as autoridades continuaram a persegui-los, e eles foram injustamente acusados de praticar a religião não islâmica sem autorização.
“Outros seis cristãos, o pastor Youcef Ourahmane e cinco membros da igreja Tizi Ghenif também foram vítimas da mesma acusação e aguardam a decisão da Suprema Corte. A presença cristã, que existe na Argélia desde o século IV, se torna ameaçada a cada dia”, acrescenta a nota da entidade.
A presença do cristianismo foi sendo combatida após as invasões árabes, mas recentemente os cristãos passaram a evangelizar, o que tem levado a um novo crescimento da Igreja no país, formando uma comunidade com milhares de cristãos.
“A igreja na Argélia precisa de orações para resistir e continuar crescendo em número dos que creem e espiritualmente, como sal e luz. Louve a Deus pela absolvição do pastor Ahcene e sua esposa na Argélia. Interceda pelos cristãos argelinos que têm sido perseguidos pelas autoridades e aguardam a decisão da Corte. Peça a Deus que mesmo em meio à pressão, o casal pastoral não deixe de servir ao Senhor”, finaliza a Portas Abertas.