Um ativista gay anunciou seu plano de fundar um país exclusivo para homossexuais, com acesso limitado a heterossexuais, como forma de proteger a comunidade LGBT da homofobia. A proposta partiu do norte-americano Viktor Zimmerman, presidente da Gay Homeland Foundation, uma organização separatista.
Em entrevista à revista Vice do Reino Unido, Viktor disse que nesse eventual país, os homossexuais poderão “desenvolver novas maneiras melhores de vida gay, mais adequadas à nossa natureza”.
“Unir pessoas gays em um ambiente criativo e afirmativo vai liberar uma energia tremenda. Milhares de artistas gays, escritores, escultores, cineastas e compositores serão reunidos em um só lugar. Não haveria mais a opressão cultural do hetero; todos os espaços públicos seriam decorados com obras de arte gay”, afirmou o ativista.
Segundo ele, essa “cidade-estado gay” funcionaria como um “refúgio para milhões de homossexuais” que, segundo ele, são oprimidos em seus países de origem: “Muitas pessoas homossexuais no planeta vivem em circunstâncias perigosas; a sua segurança física é ameaçada em uma base diária, os seus empregos são inseguros, e suas famílias os ameaçam ou tentam forçá-los a se casar. Devido a restrições de imigração rigorosas, essas pessoas simplesmente não podem mudar para outro país. Um país gay seria uma opção muito boa para essas pessoas homossexuais”, afirmou.
O plano é que o país gay seja criado em um lugar tropical, como a América do Sul ou o sudeste da Ásia, com praias. Viktor afirmou ainda que não descarta a hipótese de que seja construída uma ilha artificial em algum lugar dos oceanos, mesmo que isso exija mão de obra heterossexual. O projeto e o financiamento viriam de empresários homossexuais bem-sucedidos, como o cofundador do Pay Pal, Peter Thiel.
“O nosso objetivo é estabelecer um estado gay livre, independente e democrático. Nós nos esforçamos para dar início a um ou mais assentamentos auto administrado para os gays, para promover o seu desenvolvimento económico, cultural e político […] O ideal é que esteja em algum lugar com clima quente à beira-mar. Há uma abundância de terra adequada na América do Sul, e as suas circunstâncias políticas parecem favoráveis”, afirmou, fazendo menção aos governos “progressistas” de esquerda que chegaram ao poder nos últimos anos nos países do continente, como o PT no Brasil, ou seus equivalentes na Venezuela e Bolívia. “Um país budista amigável no sudeste da Ásia pode ser uma boa escolha estratégica, também”, acrescentou.
Questionado se não haveria contradição entre seu movimento separatista e o pleito de seus companheiros por leis que beneficiem os homossexuais, Viktor negou: “Não há contradição entre a existência de um estado gay e a melhoria dos direitos dos homossexuais em várias nações existentes; podemos ter ambos. Os gays precisam se unir, socializar e trocar ideias. Se há um espaço para a verdadeira alta cultura gay, precisaremos mais bares gays, duas a três livrarias homossexuais, e um parda do orgulho gay uma vez por ano. Esta não é uma questão de direitos humanos; está é uma questão de uma população de seis por cento da minoria serem dispersos em um ambiente cultural não tolerante”, disse.
O primeiro passo, segundo o ativista, é a fundação de um estado soberano sem território, algo que nem a Autoridade Palestina conseguiu ainda. Essa nação ajudaria na conquista de abrigos para homossexuais refugiados e na obtenção de empregos. “Um banco de desenvolvimento gay ajudaria a estabelecer empresas de pequeno e médio porte para capacitar nosso povo economicamente”, disse Viktor.
Questionado como o país gay faria para a população não diminuir, Viktor falou em importar cidadãos: “Imigração. Nós todos sabemos como os bebês gays são feitos à existem milhões deles nascendo neste mundo ano após ano, sem qualquer esforço da nossa parte. Tudo o que precisamos é de uma fração deles para se mudarem para o estado gay”, concluiu.