O presidente Barack Obama defendeu a liberdade religiosa durante um discurso realizado durante sua visita à Índia, e usou seu próprio exemplo para incentivar a tolerância.
Desde que tomou posse, o presidente norte-americano convive com acusações de que seria muçulmano, e sua profissão de fé cristã pública seria apenas uma fachada. Ontem, 27 de janeiro, o presidente usou essas especulações para pregar respeito.
“Houve momentos em minha vida em que eu fui tratado de forma diferente por causa da cor da minha pele. Michele (Obama) e eu temos nos fortalecido em nossa fé cristã, mas há momentos em que minha fé às vezes é questionada por pessoas que não me conhecem, e dizem que eu aderi a uma religião diferente [da que professo], como se isso fosse de alguma forma, uma coisa ruim”, disse Obama, de acordo com informações do jornal Washington Times.
Na sequência, o presidente pediu que o governo trabalhe na proteção das minorias religiosas do país. A Índia tem 80% de sua população adepta ao hinduísmo e suas vertentes, porém como a população do país supera a casa de 1,2 bilhão de pessoas, os 20% restantes formam um grupo significativo de pessoas, distribuídos entre muçulmanos, sikhs, budistas e cristãos.
“O artigo 25 [da Constituição da Índia] diz que todas as pessoas têm ‘igualmente o direito à liberdade de consciência e à liberdade de professar, praticar e propagar a religião’ […] Em ambos os nossos países, em todos os países, defender esta liberdade fundamental é de responsabilidade do governo, mas também é a responsabilidade de cada pessoa”, observou Obama.
O discurso foi feito em um evento organizado pelo governo local para jovens universitários de Nova Déli, capital do país. Na ocasião, Obama também defendeu um acordo para eliminação das armas nucleares que os países mantém em seus arsenais de guerra.