A Bolívia vem convivendo com projetos de lei que tentam limitar a atuação das igrejas evangélicas no país, e agora, os políticos aliados do presidente Evo Morales querem impor uma regulamentação dos dízimos entregues pelos fiéis às suas congregações.
O presidente da Associação de Igrejas Cristãs Evangélicas de Cochabamba, pastor Eloy Luján, criticou a proposta de lei do deputado Sergio Choque, do partido Movimento para o Socialismo (MAS, na sigla em espanhol) sobre a regulamentação dos dízimos.
Anteriormente, os cristãos tiveram que se mobilizar contra parte do Novo Código do Sistema Criminal, que criminalizava a atividade evangelística com pena de prisão prevista para quem não cumprisse a determinação.
“Deputado desocupado”, disparou o pastor Luján, ao afirmar que a preocupação das igrejas não é pelo próprio fato da auditoria, mas “saber qual é a verdadeira intenção do governo” ou se o projeto é apenas uma iniciativa de um parlamentar.
O pastor também indicou que esta não é a primeira vez que o deputado lançou tais iniciativas, mas seria uma violação da Constituição Política do Estado, que determina a Bolívia como um país secular.
O deputado Enrique Siles Montesinos também saiu em oposição ao projeto de regulamentação dos dízimos, e sugeriu que os políticos deveriam se preocupar em controlar o narcotráfico e a produção de coca, segundo o portal El Dia. “Eu acho que é um absurdo que o MAS queira começar a supervisionar os dízimos. Os líderes das igreja precisa monitorar as contribuições, mas nem os políticos, nem o Governo têm [algo] a ver com as contribuições voluntárias que se dá à igreja”, comentou.
“Controlem as plantações de coca do Chapare e [os obrigue] a pagar impostos”, disparou Montesinos.
O cerceamento à liberdade religiosa é um dos alvos prioritários dos governos de orientação socialista/comunista, como no caso da Bolívia. Ao longo da história, as limitações à prática da fé nos países onde regimes com essa inspiração se instalou – vide Cuba, União Soviética e outros – foram amplas e intensas.