A discussão sobre as eleições presidenciais este ano ganharam um novo capítulo na última semana com um debate promovido pelo reverendo Caio Fábio em seu programa Vem e Vê TV com o filósofo e jornalista Olavo de Carvalho e o apresentador Danilo Gentili, que atuou como mediador.
Tanto Fábio como Carvalho são opositores ferrenhos do Partido dos Trabalhadores, apesar de não expressarem opiniões idênticas sobre o tema. O ex-reverendo presbiteriano tem um histórico de diálogo com Lula e outros petistas nos anos 1990, enquanto que Olavo de Carvalho sempre foi um combatente do PT e suas propostas.
Na abertura do debate, Danilo Gentili se referiu ao encontro como “histórico”, e iniciou a conversa frisando a ideia da “necessidade de tirar o PT do poder” que ambos sustentam em seus discursos.
Olavo de Carvalho foi enfático ao dizer que o Partido dos Trabalhadores quebra leis em vigor para tocar seu projeto de se perpetuar no poder, e assim, estabelecer um novo regime no país.
“Não é nem que eu acho que o PT deva sair do poder. Há muito tempo, desde o começo da década de 1990, eu acho que o PT não deve nem existir. O PT é um partido ilegal, vinculado e subordinado a uma entidade internacional, o Foro de São Paulo, o que nossa lei eleitoral proíbe […] A ambição desmedida dessa gente é simplesmente restaurar na América Latina o que o governo comunista havia perdido no Leste Europeu. Nada a mais, nada a menos. Essa era a ambição e eles aí estão realizando”, apontou o filósofo.
Já Caio Fábio, introduziu a conversa destacando sua infelicidade por ter colaborado, de forma indireta, para que o PT conseguisse se estabelecer como uma força política representativa de diversos setores da sociedade, inclusive com campos de diálogo junto às igrejas evangélicas.
“Eu pessoalmente, tenho uma viagem diferente. Nunca simpatizei com o PT, em tempo algum na minha vida. Quando ele surgiu, no ABC, eu por uma questão de que eu estava completamente tomado pelo impacto do Evangelho na minha vida, eu olhei para aquilo tudo, achei que era um fenômeno interessante, mas não tive a acuidade e o interesse de me debruçar sobre o assunto. Eu estava muito focado em outras direções. Mais ou menos, por volta de 1988, 1989, que eu comecei a ter um convívio mais intenso com figuras do PT. E foi em 1991 que eu conheci o Lula, e sendo procurado por ele, tive um ‘sem número’ de conversas a respeito. Só que o Lula que me procurou – e encontrou uma pessoa que não estava com outra coisa se não o coração, de fato, sinceramente aberto para ouvi-lo – era uma pessoa que vinha pedir ajuda e dizer que ‘não sou quem pensam que eu sou, eu gostaria que você me conhecesse’. E ele vendeu pra mim um certo espírito e uma atitude que buscava se abrir, compreender, conversar, dialogar, incluir, enfim… Ele vendeu um pacotão pra mim e que logo depois ficou claro que apenas uma coisa absolutamente particularizada […] Em momento algum nesse processo eu me senti cooptado pela proposta dele e por nenhuma outra. Existe dentro de mim uma impossibilidade de adesão a essas formas – ou qualquer outras – de cooptação. Mas eu assumi, ingenuamente, o ideal, o desejo, de tentar criar um espaço de diálogo para ele junto à comunidade evangélica, que efetivamente, desgraçadamente, eu consegui”
Na sequência, Caio falou de conversas que manteve com Lula e descobriu nele a “total falta de caráter”, e os planos do PT em se estabelecer no poder de forma permanente.
Danilo Gentili interveio e pontuou que, atualmente, alguns petistas já não se esforçam em negar que existe sim um plano de perpetuação e mudança de regime dentro do PT em relação ao país.
“O Olavo de Carvalho e o Caio Fábio falaram um ponto de convergência sobre a impressão do PT. Mais que impressão, provas, documentos. O Caio Fábio vivenciou uma experiência, o Olavo estudou muito, anos. Aliás, quando o Olavo falou do Foro de São Paulo, eu lembro que durante muito tempo ele ficou falando e todo mundo falava ‘é maluco, é teoria da conspiração’. Aí, você ia perguntar para os petistas, esquerdistas, do Foro de São Paulo, eles mesmos negavam que existia isso, falavam que era maluquice. Hoje eles não só assumem que isso existe, como ainda fazem propaganda, como se fosse uma coisa linda e bonita que está acontecendo”, afirmou o apresentador.
Assista a íntegra da conversa entre Caio Fábio, Olavo de Carvalho e Danilo Gentili:
Parte 1
Parte 2