A eleição de Rodrigo Maia (DEM-SP) como novo presidente da Câmara dos Deputados contou com apoio de líderes evangélicos, como o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o missionário R. R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus e Valdemiro Santiago, autointitulado apóstolo da Igreja Mundial do Poder de Deus.
A revelação da aliança política foi feita pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), durante um encontro no último sábado, 16 de julho.
Em um discurso, Cesar Maia – pai de Rodrigo – agradeceu o apoio de “lideranças como R. R. Soares, Malafaia e Valdemiro”, e disse que a ação deles “são o próprio partido na base da sociedade, na própria política”.
“Essa é a razão de o Rodrigo, com sua habilidade e talento, realizar essas articulações. Porque ele tinha lastro, tinha base social”, afirmou. “Nós do DEM, um partido conservador, temos valores cristãos. Esses valores facilitaram a proximidade deles”, acrescentou o ex-prefeito, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo.
Curiosamente, na disputa Rodrigo Maia teve a oposição da bancada evangélica, como os pastores Marco Feliciano (PSC-SP), João Campos (PRB-GO) e Eurico da Silva (PHS-PE), por ter solicitado urgência na tramitação do famigerado PLC 122/2006, que poderia censurar a pregação cristã contra a prática homossexual. A vitória do parlamentar fluminense foi considerada uma derrota desse grupo.
No dia em que foi eleito, Rodrigo Maia agradeceu “a torcida e as orações” dos aliados em seu discurso. Em entrevista aos repórteres, ele afirmou que nos últimos anos tem se posicionado de forma oposta ao progressismo: “Minhas votações têm sido na linha do voto conservador. Tenho essa convicção. Mas sou presidente de todos e pretendo chegar ao consenso. Quero uma Casa menos radicalizada e que não fique no debate sem produtividade, nos extremos”, disse.
No mesmo dia, Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) afirmou que a eleição de Maia – e sua proposta de seguir uma linha apaziguadora – não impedirá a bancada evangélica de lutar pelos seus ideais: “Não fugiremos na hora que a bancada entender que há clima para pautar temas como o Estatuto da Família. Mas entendemos que o momento é para a pauta econômica”, explicou.