O pastor Yago Martins falou sobre a cultura do cancelamento em um vídeo a respeito da polêmica envolvendo o Flow Podcast, e declarou que essa postura adotada por “justiceiros sociais” é uma demonstração de ausência de misericórdia.
Endossando a campanha para que o YouTube volte a remunerar os canais do Flow Podcast após a saída de um de seus fundadores, Monark, por conta de declarações reprováveis sobre o nazismo, a partir de uma premissa distorcida de liberdade de expressão, o pastor fez uma reflexão sobre o movimento autodenominado de “justiça social”:
“As pessoas dizem que a religião é muito dura, mas na religião da justiça social, na religião do cancelamento, na religião da mídia, parece que não há possibilidade de redenção”, introduziu.
“Parece que os erros marcam você para sempre, sem nenhuma expiação possível. O que mais o Flow poderia ter feito? No dia seguinte um sócio estava demitido, mandado embora. No dia posterior, havia um especialista para desdizer aquilo que havia sido dito. O que mais o Flow poderia ter feito, além disso? Deixar de existir?”, questionou.
O pastor, escritor e youtuber aprofundou sua reflexão dizendo que um erro não deve ser impedidor de uma tentativa de conserto: “Então, a única possibilidade quando erros graves, em termos de discurso, são cometidos, é a inexistência, é a total hecatombe de um projeto?”.
“Não sejamos crianças. Vidas dependem daquilo ali, pessoas trabalham com aquilo, dinheiro foi investido. A gente não acha que as coisas simplesmente vão acabar porque justiceiro social da internet acha que deveria”, acrescentou, referenciando que o Flow Podcast emprega aproximadamente 80 pessoas, das mais diversas áreas de atuação.
Após as infelizes declarações do youtuber Monark, seu sócio, Igor Rodrigues Coelho, chegou a um acordo para assumir a outra metade da empresa e tirá-lo do projeto. Além disso, outras medidas foram tomadas para explicitar a discordância quanto às declarações relacionadas ao nazismo.
“O vídeo foi tirado do ar, um especialista foi lá dizer o oposto do que foi dito, aquele que falou a bobagem foi removido do quadro societário. O que mais faltava? Que o Monark pulasse de uma ponte?”, questionou.
Sobre o YouTube, Martins teceu críticas à empresa ligada ao Google: “É exagerado, desproporcional. O recado já foi dado. O recado que o YouTube deu até agora é de severidade. […] A partir daqui, o discurso que passa a ser dado é o discurso de insegurança a qualquer produtor de conteúdo que fale algo que incomode gente demais. Seja uma bobagem, uma coisa descontextualizada, uma opinião política, o que quer que seja”.
Yago Martins aproveitou para alertar que ideologias se tornam ciladas que podem levar à ruína: “Se você cair nas garras do pecado da religião social, desculpa, não vai ter quem morra por você”.