A onda conservadora que se consolida em resposta aos excessos do progressismo é uma preocupação da ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que enxerga uma possibilidade de que direitos relacionados às liberdades individuais sejam suprimidos.
Cármem Lúcia – que recentemente exerceu a presidência do STF – afirmou que vê com temor o crescimento do conservadorismo no Brasil e no mundo, mas em sua análise, não pontuou os motivos que levaram a essa mudança de visão na sociedade, como por exemplo, os desrespeitos à autoridade dos pais sobre a educação dos filhos e a valores e princípios religiosos, entre outros.
“Estamos vivendo mudança que não é só no Brasil. Uma mudança inclusive conservadora, em termos de costumes. Às vezes – na minha compreensão de mundo e é só na minha, não quer dizer que esteja certa -, perigosamente conservadora. Porque a tendência na humanidade é de direitos sociais que são conquistados, a gente não recua”, disse a ministra, durante evento realizado em Brasília para comemorar os 30 anos da Constituição Federal de 1988.
Sem detalhar o que considera perigoso na mudança protagonizada pelo conservadorismo, a ministra, contudo, destacou a importância da convivência com quem pensa diferente, já que o Brasil é uma democracia.
“O brasileiro está nas ruas, o brasileiro está presente. Se ele está presente, e fala algo que o eleito não gosta, o diferente não é meu inimigo. É apenas isso, é diferente. E é de diferenças que nós fazemos a igualdade. Porque se não é diferente, eu não teria por quê cogitar de igualação, mas estou cogitando”, disse, segundo informações do portal G1.