A repressão do governo comunista chinês ao avanço dos cristãos no país não tem trégua, nem mesmo durante a pandemia do novo coronavírus. Recentemente, por exemplo, membros de uma igreja local foram presos por cultuarem a Deus dentro das próprias casas.
A cerimônia de adoração ocorria pela internet, obedecendo, portanto, às recomendações de não aglomeração por causa do coronavírus. Nada disso impediu que agentes do regime comunista levassem presos os cristãos que só queriam louvar a Deus com um mínimo de liberdade dentro de casa.
O episódio envolveu a igreja Early Rain Covenant Church, do pastor Wang Yi, que também foi levado preso. Essa não foi a primeira vez que os membros dessa denominação foram alvos da repressão religiosa promovida pelo Partido Comunista da China.
Em dezembro do ano passado, o pastor Yi foi acusado de praticar “operações comerciais ilegais”, simplesmente por ter recebido a quantia de 20 mil livros cristãos para a sua denominação, uma aquisição comum para uma igreja que possui milhares de membros e tem como objetivo a realização de seminários, estudos, capacitação e evangelismo.
No episódio atual, os agentes a serviço do regime comunista invadiram a casa dos cristãos enquanto cultuavam a Deus.
“Eu também estava na ligação do Zoom, mas houve um longo período de tempo em que não ouvi nada. Pensei que fosse o problema de conexão de rede no início, mas logo ouvi uma briga surgir”, informou um membro ao International Christian Concern (ICC).
Outro cristão que integra a igreja contou mais detalhes através de uma conta no Twitter.
“Desde as 8:30 da manhã, algumas autoridades de segurança entraram nas casas dessas famílias cristãs e simularam conversas casuais com elas. Às 9:30 da manhã, o culto começou e eles também foram convidados a participar. Depois que perceberam que o sermão era do pastor preso da ERCC [sigla da igreja], Wang Yi, eles imediatamente o prenderam”, contou a testemunha.
O episódio de repressão aos cristãos foi lamentado pelo gerente regional da ICC para o Sudeste Asiático, Gina Goh. Ele destacou o quanto o governo comunista da China tem reprimido os cristãos mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, quando às liberdades individuais estão ainda mais restritas.
“É uma pena que o governo chinês não tenha parado uma vez de perseguir a igreja ERCC. Desde a repressão em 2018, as autoridades locais continuaram a monitorar e assediar os membros do ERCC, com a esperança de que a igreja se disperse”, disse ele.