A perseguição religiosa aos cristãos na China possui características muito abrangentes, como a doutrinação ideológica nas salas de aula, uma vez que as escolas são controladas pelo governo, comandado pelo único partido existente no país, o Partido Comunista Chinês.
A doutrinação marxista proíbe, por exemplo, que os professores falem sobre qualquer tipo de religião na sala de aula, forçando-os a negar a própria fé. Os profissionais cristãos, por exemplo, não podem falar de Jesus Cristo, mesmo se tratando de uma figura história.
Segundo informações da organização ChinaAid, que lida com a perseguição religiosa no país, autoridades do Partido Comunista ordenaram o envio para os professores de um formulário intitulado “Promessa do professor de não acreditar em nenhuma fé”.
A informação é a de que os professores devem assinar o documento, a fim de assumir compromisso com o silêncio sobre qualquer tipo de religião, salvo o ateísmo. Uma das escolas que recebeu o documento se localiza no distrito de Longwan, em Wenzhou, na província chinesa de Zhejiang.
“Pela primeira vez, desde a Revolução Cultural do presidente Mao na década de 1960, as crianças chinesas são forçadas pelo Partido Comunista Chinês a renunciar a sua fé em público”, afirmou Bob Fu, presidente da ChinaAid.
Em seu mapa mundial de perseguição religiosa de 2021, onde são listados 50 países, a organização Portas Abertas colocou a China na posição 17 entre os que mais promovem a intolerância religiosa.
“A política de sinização da igreja é implementada em todo o país, já que o Partido Comunista depende fortemente da identidade cultural chinesa para permanecer no poder e limita tudo o que percebe como uma ameaça ao seu controle sobre a sociedade”, explica a entidade.
De forma lamentável, por causa do aumento da intensidade da perseguição, a China subiu na lista dos países onde a intolerância religiosa é mais acirrada.
“A intensa pressão exercida cada vez mais sobre os cristãos pelo governo significa que a China saltou seis posições em relação à Lista Mundial da Perseguição 2020. Em apenas três anos, o país subiu 26 lugares, refletindo uma situação em rápida deterioração para os cristãos no país”, diz a Portas Abertas.