Em Manipur, na Índia, um conflito étnico envolvendo os povos Kuki e Meitei tem deixado um rastro de violência que vem chocando o mundo, algo que inclui os cristãos perseguidos que lutam para sobreviver em um dos países religiosamente mais intolerantes do planeta.
Nesse contexto, segundo informações da organização Portas Abertas, a população cristã tem sido duramente afetada pela intolerância étnico-religiosa. Em números, isso se traduz em 380 igrejas atacadas e destruídas, ao menos mil casas incendiadas e mais de 250 vilarejos ou espaços comerciais cristãos atacados, além de 120 mortes.
Entre os episódios mais chocantes está a gravação de duas jovens, supostamente cristãs, completamente nuas, no meio de uma multidão de homens. O vídeo que, segundo a CNN, retrata um episódio ocorrido em 4 de maio, mostra as duas mulheres sendo encaminhadas para um estupro coletivo.
“Meu coração está cheio de tristeza e raiva. O incidente em Manipur é vergonhoso para qualquer sociedade civil. O que aconteceu com as filhas de Manipur nunca pode ser perdoado”, disse o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
Negligência
Apesar da suposta indignação do governo indiano, os ataques à população cristã na Índia não são recentes e vem ocorrendo com frequência (pequeno exemplo aqui), e parte disso diz respeito a uma visão extremista a respeito do que seria nacionalismo.
“Uma das publicações mais recentes chamou a atenção ao mostrar duas mulheres cristãs da minoria kuki-zo que foram arrancadas de uma viatura da polícia por um grupo de homens da comunidade meitei, liderados pelo radical Arambai Tenggol. Eles tiraram as roupas das cristãs que foram exibidas nuas e molestadas”, diz a Portas Abertas.
Ocupando a 11° posição na lista mundial da Portas Abertas, Índia tem como um dos problemas o ultranacionalismo, o qual se apresenta na forma de intolerância contra os que desejam se converter ao cristianismo.
Neste sentido, leis “anti-conversão”, por exemplo, “são muitas vezes usadas como uma desculpa para assediar e intimidar cristãos que estão apenas fazendo coisas como distribuindo ajuda ou realizando um culto privado”, segundo a organização.
A Portas Abertas e seus parceiros pedem para que os cristãos orem em prol dos perseguidos na Índia, em especial pelos que, agora, padecem a intolerância decorrida do conflito ético-religioso no estado de Manipur.