A repressão religiosa na China é uma realidade marcante para milhões de cristãos no país controlado pelo Partido Comunista Chinês, também conhecido pela sigla “PCC”. Até mesmo a esposa de um pastor local foi um dos alvos recentes de uma investida contra a liberdade de culto.
A investida ocorreu contra um acampamento cristão de férias, algo comum, por exemplo, no Brasil, onde inúmeras igrejas realizam atividades de lazer em locais mais isolados, como sítios, fazendas e clubes.
Durante essas atividades é comum a união do lazer com o ensino bíblico, louvores e culto a Deus, além de outras práticas, como cursos diversos.
Foi exatamente isso o que estavam fazendo os cristãos chineses quando cerca de 30 agentes do Departamento de Assuntos Étnicos e Religiosos do Condado de Xinyang City Gushi, pertencentes ao Escritório de Segurança Pública e Força Tarefa Conjunta Chengguan (força de gestão urbana), invadiram o local.
Eles entraram no Campus Norte da Terceira Escola Média de Gushi e acusaram a esposa do pastor Wang Guangming de conduzir “atividades religiosas ilegais”, pegando a todos de surpresa em 23 de agosto passado, segundo informações da China Aid.
“Eu não estava presente na igreja naquele dia”, disse Wang, segundo o R7. “Eles vieram e disseram que estávamos nos reunindo ilegalmente e confiscaram meus bens pessoais, incluindo projetor, mesas, cadeiras, ventiladores e alto-falante. Eles não me devolveram nada até hoje”.
Aumento da repressão
A China ocupa hoje a posição número 23º na lista mundial de perseguição religiosa elaborada pela organização Portas Abertas, o que representa uma escalada de 4 degraus em relação ao ano de 2019, quando estava na 27ª posição.
Investidas como a ocorrida no Campus Norte da Terceira Escola Média de Gushi exemplificam o quanto o Partido Comunista Chinês tem tentado reprimir o crescimento do cristianismo local, o que segundo a Portas Abertas explica o intensificação da perseguição.
“A política de sinização da igreja é implementada por todo o país, já que o Partido Comunista está confiando fortemente na identidade cultural chinesa para permanecer no poder, limitando o que possa ameaçar sua permanência”, diz a organização.