A perseguição religiosa aos cristãos é uma realidade que muitas vezes ocorre através de mecanismos políticos. O caso dos iranianos Kavian Fallah-Mohammadi, Amin Afshar-Naderi e Hadi Asgari é um exemplo clássico disso.
Eles foram condenados a 10 anos de prisão no Irã por supostamente “agir contra a segurança nacional, organizando e conduzindo igrejas domésticas”, mesmo sem que tivessem qualquer julgamento digno da sentença.
“Levou dois anos [após minha prisão] ao todo antes que me convocassem para minha última defesa, quando fizeram outras acusações sérias contra mim, o que tornou meu caso ainda mais severo”, disse Kavian.
“Então, finalmente, no ano seguinte, eles me condenaram a 10 anos de prisão, e a demora no processo coloca uma enorme pressão psicológica sobre você”, destacou o cristão preso injustamente.
Na prática, é como se o descaso sobre a possibilidade de sucesso na defesa dos cristãos fosse proposital, visando postergar qualquer chance de libertação.
“Claro, apelamos do veredito, mas, finalmente, depois de mais três anos, quando nenhum julgamento oficial ocorreu, o tribunal de apelação aprovou o veredito, estranhamente sem uma audiência cara a cara a que meu advogado pudesse ter comparecido”, disse ele.
Fuga para outro país
Diante da tamanha injustiça enfrentada, Kavian Fallah-Mohammadi, Amin Afshar-Naderi e Hadi Asgari resolveram fugir do país para buscar refúgio como exilados de consciência em outra nação. Eles tiveram que deixar para trás a própria terra e conhecidos, a fim de garantir a liberdade.
“Antes da prisão, já havia viajado para o exterior muitas vezes, mas nunca decidi emigrar”, disse Amin. “Hoje, estou muito triste por ter sido forçado a buscar refúgio em outro país, não importa quão melhores sejam as condições fora”.
Apesar de todo o transtorno provocado pela perseguição no Irã, os cristãos disseram que permanecem orando pelas autoridades do país, e que também já perdoaram os seus algozes por tudo o que fizeram contra suas vidas.
“Oramos pelos governantes, por aqueles que nos assediaram, insultaram e caluniaram, humilhavam e ridicularizavam, torturaram, tentaram nos destruir, prejudicaram a nós e nossas famílias, confiscaram nossas propriedades. Oramos por eles e os perdoamos”, disseram eles, segundo a Portas Abertas.