Muitos escândalos de pastores são colocados sob a luz de holofotes hoje em dia, o que faz boa parte do rebanho nutrir uma certa desconfiança quanto à idoneidade dos líderes religiosos.
A partir dessa constatação, o centro de pesquisa cristão Pew Research elaborou um levantamento para entender o motivo de o crédito dos pastores estar tão baixo junto aos fiéis, e constatou que o índice de confiabilidade dos mesmos caiu 37%.
No relatório do estudo, onze razões foram apontadas como motivo de descrédito para os homens que antes, eram admirados e respeitados tanto por quem professa a fé cristã, quanto por quem não é religioso.
Confira a lista de motivos apurados pelos pesquisadores:
1 – As falhas morais de uma minoria de pastores recebem ampla cobertura. A mídia adora as histórias sensacionais por trás de cada falha desses líderes
“Histórias de abuso sexual, por exemplo, devem ser trazidas aos olhos do público. Mas muitas pessoas agora acreditam que o mau comportamento de alguns é norma entre os pastores”, disse Thom S. Rainer, pesquisador e colunista do Charisma News.
2 – A sociedade tem marginalizado a fé cristã
Nesse cenário “não deve ser inesperado que os líderes do mundo cristão sejam vistos de forma mais negativa”, disse Thom.
3 – Menor tempo de mandato pastoral à frente das congregações. A média de tempo que os pastores ficam junto a uma comunidade caiu significativamente ao longo das últimas décadas
“A confiança é construída ao longo de vários anos, e não dois ou três anos. Cada vez menos pastores ficam numa igreja por vários anos”, analisou o pesquisador.
4 – Alguns membros da igreja adotam uma postura de propriedade sobre a igreja
“Eles veem a congregação local como um lugar para atender suas necessidades e desejos, ao invés de servir e dar. Se essas necessidades e desejos não forem atendidos, o pastor muitas vezes se torna o foco e passa a ser visto como culpado”, ponderou Thom.
5 – Redes sociais incentivam a crítica irresponsável
“Há muitas coisas louváveis sobre as mídias sociais. Na verdade, eu sou um usuário assíduo delas. Porém, elas também são um meio para os críticos sem voz expressarem sua opinião sobre pastores (e outros), sem reflexão ou consequências”, constatou o pesquisador.
6 – Alguns pastores possuem uma ética de trabalho abaixo da esperada
“A maioria dos pastores são exatamente o oposto: eles lutam duro em seu trabalho. Mas os poucos pastores que são preguiçosos e têm pouca responsabilidade machucam a percepção que as pessoas sobre os outros pastores”, exemplificou Thom.
7 – Pastores são muitas vezes os bodes expiatórios para o medo de mudança
“É clichê dizer que o mundo está mudando rapidamente. Muitos membros das Igrejas gostariam que suas igrejas permanecessem na mesma o tempo todo. Essa realidade não é possível, e o pastor é muitas vezes o bode expiatório para o desconforto que vem com a mudança”, disse Thom, fazendo uma análise comportamental dos fiéis.
8 – A sociedade se tornou mais cínica
“As razões por trás dessa realidade são muitas. Mas congregações e seus líderes não estão imunes a este cinismo generalizado e difundido na sociedade que parece estar crescendo”, lamentou.
9 – Há falhas de alguns pastores em duas áreas principais: liderança e inteligência emocional
“Alguns pastores estão bem preparados biblicamente e teologicamente. Mas alguns não foram ensinados sobre liderança e habilidades interpessoais saudáveis”, observa Thom.
10 – Há expectativas mais elevadas hoje para pastores que se consideram competentes e dinâmicos
“Isso se estende até mesmo aos líderes. Mas como observei no ponto anterior, alguns pastores não têm preparação para serem líderes de igrejas”, acrescenta o pesquisador.
11 – Cada vez mais igrejas estão fechando suas portas
“Estimo cerca de 100 mil igrejas na América estão morrendo. Muitos vão fechar suas portas nos próximos anos. Muitos dos pastores destas igrejas são responsabilizados por esta ‘doença’”, finalizou Thom S. Rainer.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+