Uma decisão tomada pelo governo das Filipinas colocou em alerta um grupo de igrejas evangélicas do país, pertencente ao Conselho Nacional de Igrejas (NCCP) , após o Departamento de Defesa Nacional (DND) do país incluir a entidade na lista de “organizações de frente de grupos terroristas comunistas locais”.
A informação foi comunicada pelo major-general Reuben Basiao, vice-chefe de gabinete de inteligência das Forças Armadas das Filipinas, em 5 de novembro. Em nota, o Conselho de Igrejas pediu ao governo filipino uma revisão da decisão, a qual a entidade disse ser incompatível com o trabalho do grupo.
Os membros do Conselho chamaram de “inclusão infundada o seu nome na lista […] e pede respeitosamente ao governo que reveja e revise seriamente as acusações e se envolva na construção da paz”.
O bispo Rex Reyes, na Igreja Episcopal das Filipinas, declarou que a inclusão do Conselho de Igrejas na lista de grupos terroristas é uma decisão “maliciosa” do governo, afastando a ideia de que os membros praticaram qualquer ato ilícito contra o país ou direitos humanos.
“Os esforços pioneiros do NCCP por paz e justiça neste país também são um livro aberto. Tenho orgulho de dizer que, entre os conselhos das igrejas em todo o mundo, o NCCP ainda é considerado uma formação ecumênica vibrante, duradoura, líder e reconhecida”, declarou Reyes.
Uma vez que o Conselho de Igrejas é classificado como grupo terrorista, os membros podem ser autuados pela prática, acusados de crime contra o Estado e outras violações, tendo suas liberdades ameaçadas até por discordâncias no âmbito político-administrativo.
“Reconhecemos a clara ameaça que agora é apresentada aos funcionários do NCCP, igrejas membros, membros associados e outros parceiros ecumênicos”, disseram eles em uma carta”, segundo informações do Evangelical Focus.
O bispo Reyes insinuou que a decisão do governo filipino pode ser uma forma de retaliação pelo fato dos membros do Conselho de Igrejas se posicionarem contra os casos de corrupção no país.
“Não há nada errado quando os cristãos apontam que há tanta corrupção… o que está errado, se não totalmente subversivo, é quando uma mentalidade que mata, persegue e xinga suprime aqueles que defendem dissidência e ativismo de princípios”, destacou o bispo em seu comunicado.
“Deve-se saber como a dissidência e o ativismo de princípios tornaram este mundo mais pacífico e justo. O que é certo é defender os direitos humanos, a justiça e a paz. Estou do lado do NCCP”, disse ele, segundo a Anglican News.