O governo da Argélia, país localizado na África do Norte, está utilizando argumentos semelhantes aos de nações intolerantes com a liberdade religiosa, a fim de promover o fechamento em série das igrejas cristãs no país. Como resultado, os cristãos se uniram para protestar e pedir por liberdade de culto.
O governo tem utilizado a lei de 06/03 de 2006 para acusar os cristãos evangélicos de “ilegalidade”, criando margem para determinar o fechamento de suas igrejas. A lei determina que o funcionamento das igrejas só pode ocorrer mediante uma licença previamente concedida pelas autoridades.
No entanto, a Igreja Protestante da Argélia (EPA, em francês), uma entidade que hoje reúne mais de quarenta templos no país, informou que os evangélicos solicitam a licença, mas o governo ignora esses pedidos, justamente para ter como acusá-los de ilegalidade.
“Até agora 14 igrejas foram fechadas pelas autoridades. Existem 46 instituições afiliadas à EPA, Igreja Protestante da Argélia, e há outros ministérios independentes. Então, o total de igrejas protestantes no país é de 50, sem contar os grupos domésticos”, disse em um comunicado a organização Portas Abertas.
Como resultado da repressão governamental em um país onde 99% da população é muçulmana, centenas de cristãos evangélicos de diferentes denominações se uniram para protestar contra o governo, pedindo “liberdade de culto sem intimidação”.
Eles denunciaram que além do fechamento dos templos, seus pertences também são confiscados pelas autoridades, dificultando a continuidade das atividades em outros locais, como em suas próprias casas.
“O fechamento das igrejas acontece arbitrariamente, sem chance de retirar os materiais dos locais de culto. Cadeiras, microfones, materiais, Bíblias, tudo está bloqueado”, disse um informante ao Evangelical Focus.
Um dos objetivos dos manifestantes é derrubar a lei de 06/03 de 2006, algo endossado pela Aliança Evangélica Mundial (WEA), que já se manifestou em favor dos evangélicos na Argélia, no sentido de cobrar do governo o fim da “campanha contra as igrejas protestantes”, assim como a revisão da concessão de licença no país.