Uma das acusações mais preocupantes em países controlados pela legislação islâmica, a sharia, é a de “blasfêmia”. No Paquistão, por exemplo, cerca de 80 pessoas estão presas por causa disso, sendo que metade já foi condenada à prisão perpétua ou à pena de morte, sendo uma delas o cristão Asif Pervaiz.
Asif Pervaiz, que já está preso há incríveis sete anos, agora também foi condenado à morte no Paquistão por ter, supostamente, blasfemado contra o islamismo através de mensagens com “conteúdo blasfemo”, o que ele nega.
Segundo o seu advogado, Saif ul Malook, o seu cliente foi acusado de blasfêmia porque se negou a se converter ao islamismo quando foi pressionado por seu ex-chefe.
Pai de quatro filhos aos 37 anos, segundo informações da Ásia News, Asif Pervaiz também foi espancado para poder confessar que teria cometido tais blasfêmias através de mensagens enviadas para o celular do seu chefe, um muçulmano empresário chamado Saeed Ahmed Khokhar.
Após ser denunciado por suposta blasfêmia, em 2013, Asif fugiu para se esconder, mas às autoridades locais prenderam alguns dos seus familiares para lhe pressionar, incluindo a mãe do cristão.
Segundo informações da Aljazeera, “as rígidas leis de blasfêmia do Paquistão prescrevem uma pena de morte obrigatória para o crime de insultar o profeta Muhammad do Islã, e penas rígidas para outras infrações, como insultar o Islã, o Alcorão sagrado ou certas pessoas sagradas.”
Esse tipo de acusação também repercutiu mundialmente no caso da cristã Asia Bibi, que após anos presa, também foi condenada à morte no Paquistão. Felizmente, também sob à defesa do advogado Saif ul Malook, ela conseguiu reverter a decisão e hoje vive em outro país com a sua família, acredita-se que no Canadá.
“Peço a Deus que todos os envolvidos em casos de blasfêmia sejam libertados e que Deus os ajude”, disse Bibi ao Sunday Telegraph. “Deveria haver mecanismos de investigação adequados ao aplicar esta lei. Não devemos considerar ninguém pecador por esse ato [blasfêmia] sem nenhuma prova”.
O advogado de Asif Pervaiz também vai recorrer da decisão nos tribunais superiores, mas o resultado poderá levar anos.