Não usar o nome de Deus em vão é um princípio do produtor Omar Butcher, que trabalhava na maior emissora de TV do planeta, a CNN, e foi demitido depois que pediu aos colegas de trabalho que parassem de usar “linguagens profanas”.
Um dos termos que seus colegas da filial de Atlanta, no estado da Geórgia (EUA), usavam e mais o incomodava era “God damn“, uma expressão idiomática que se assemelha a “maldição” ou “que droga”, em português. Como no inglês a palavra “damn” significa maldição, Omar se incomodava quando a ouvia precedida pela palavra “God“, que significa Deus.
Quando Omar se queixou com os colegas, inclusive enviando um e-mail a uma das apresentadoras da emissora com sua crítica, ele passou a ser ridicularizado e provocado, já que ao invés de parar de usarem esse termo, os colegas fizeram o contrário: quando ele estava próximo, falavam mais ainda.
Em julho de 2015, após o desgaste causado por sua postura, ele foi demitido. Agora, em outubro de 2016, ele resolveu processar a CNN e sua história foi revelada pelo portal Daily Mail. No processo, ele afirma que foi discriminado por ser um afro-americano e um cristão devoto.
Ao longo de cinco anos em que trabalhou na CNN, Omar Butcher afirma que sempre foi elogiado por seus superiores pela qualidade de seu serviço e pelos resultados alcançados, mas todas as vezes em que pleiteou uma promoção, foi preterido por algum colega branco, muitas vezes com menor experiência ou resultados inferiores aos seus.
Segundo os autos do processo, em 2011, outro produtor – branco e com menos capacitação – foi promovido ao cargo que Omar já vinha requerendo. Em resposta, a CNN diz que ele “nem sequer foi entrevistado para aquela posição”, negando que ele tenha sofrido preconceito racial.
No entanto, Omar sustenta que foi vítima de racismo pois em outro momento, uma vaga que ele também tentou conquistar foi entregue a um dos estagiários que eram supervisionados por ele, mesmo com os elogios recorrentes ao seu desempenho.
O processo que ele move acusa a CNN de discriminação racial e religiosa, e pede indenização e reintegração de sua posição anterior, além do pagamento compensatório por salários do período afastado e benefícios.