Viver em um país controlado por uma ditadura comunista não é algo fácil para quem não abre mão da sua liberdade. Se este contexto envolve uma pandemia, então, às consequências podem ser drásticas. Foi o que aconteceu com um cristão de Shenzhen, na China.
A China implementou recentemente uma política extremamente rigorosa de lockdown em algumas regiões do país, como Xangai, onde cerca de 25 milhões de pessoas estão confinadas há mais de um mês.
O objetivo do governo é tentar conter o avanço do novo coronavírus, que passou a se alastrar nos últimos meses, mas isso tem exigido um custo muito alto da população, como a privação de contato social e até da entrega de comida.
Segundo informações da International Christian Concern (ICC), por exemplo, o cristão Yan Zhihong resolveu traduzir e compartilhar na rede social WeChat, autorizada na China, o áudio de um alemão onde ele aparece discutindo com seu comitê residencial em Xangai.
Na gravação, o alemão se recusava a ir para um dos campos de concentração de quarentena, a menos que o seu diagnóstico de Covid-19 fosse confirmado. Segundo a CNN, muitas pessoas foram enviadas para essas instalações com “circuito fechado” de câmeras de segurança, mesmo sem saber se estavam doentes.
Yan, por sua vez, membro da Shenzhen Trinity Gospel Harvest Church, acabou ficando desaparecido por dias, após o seu compartilhamento do áudio alemão. Só após várias buscas, os seus familiares descobriram que ele havia sido preso em 25 de abril passado.
O cristão Yan foi acusado de “conspiração” e “subversão do poder estatal” pelo simples fato de expor a gestão autoritária do Partido Comunista da China. O pastor Mao Zhibing, líder da Shenzhen Trinity Gospel Harvest Church, pediu orações pela libertação do irmão em Cristo, cuja previsão é para 11 de maio.