Mais um caso absurdo de perseguição religiosa aos cristãos ocorreu no Paquistão, dessa vez envolvendo um homem cristão de 28 anos, pai de duas crianças, que foi preso injustamente no final de agosto, sendo torturado por dias seguidos até a morte.
Amir Masih foi acusado falsamente de roubo. Ele trabalhava como jardineiro na Colônia da Força Aérea Paquistanesa (PAF), mas seu empregador, Rana Mohammad Hanif, prestou queixa contra ele.
Amir se apresentou voluntariamente na delegacia. “Amir estava presente na casa de Hanif quando recebeu a ligação do inspetor”, disse o irmão da vítima, Sunny Masih.
“O vigia da casa disse que todos os funcionários haviam sido convocados pela polícia para registrar suas declarações, e ele deveria fazer o mesmo. Meu irmão foi à delegacia por vontade própria, mas, quando chegou lá, os policiais apreenderam seu telefone, o empurraram para dentro de um veículo e o levaram a um lugar desconhecido”, contou.
Segundo Sunny, os oficiais que interrogaram Amir “urinaram no rosto e no corpo de Amir e zombaram de sua fé cristã”, procurando arrancar dele alguma confissão do crime do qual estava sendo acusado injustamente.
Amir foi torturado por quatro dias seguidos, algo completamente incompatível caso fosse realmente culpado. Ou seja, ele certamente já teria confessado o crime se tivesse praticado algum delito, a fim de se livrar da tortura, o que não ocorreu, mostrando a sua inocência.
“Corremos para a delegacia, onde recebemos Amir já semi-consciente”, disse o irmão. “Ele foi espancado sem piedade e seu corpo estava cheio de hematomas. Enquanto o levávamos ao hospital, Amir nos disse que o inspetor Nasir Baig, o subinspetor Zeeshan e quatro policiais não identificados o torturaram continuamente por quatro dias”.
O relato de como tudo se passou foi dado pelo próprio Amir, enquanto ainda estava vivo a caminho do hospital. “Ele nos disse que os policiais o urinaram enquanto o xingavam por ser cristão e tentaram forçá-lo a confessar o crime”, disse o irmão, segundo a Morning Star News.
“Mas meu irmão era inocente e ele se recusou a admitir algo que não havia feito, o que enfureceu ainda mais seus torturadores. Eles aumentaram a intensidade da violência, sujeitando-o também a choques elétricos”, destacou Sunny.
Já no hospital, a equipe médica não conseguiu manter Amir vivo e ele veio a óbito logo em seguida. Atualmente o caso de Amir está sob investigação policial, mas ele se configura como mais uma morte provocada pela perseguição religiosa aos cristãos no Paquistão.