Uma firma canadense de direitos humanos está acusando uma agência de adoção do governo de discriminar um casal cristão que queria adotar uma criança.
O Centro de Justiça para as Liberdades Constitucionais (Justice Centre for Constitutional Freedoms ) enviou uma carta à agência Simcoe Muskoka de Serviços para Crianças, Jovens e Famílias na província de Ontário, exigindo que eles pusessem fim ao que a organização classificou como “discriminação religiosa” contra o casal.
A carta, cuja cópia online simplesmente identificou o casal como “A” e “L”, afirma que o pedido do casal para se tornarem pais adotivos foi negado “não devido a qualquer deficiência legítima em suas qualificações, mas apenas devido ao viés preconceituoso da agência de Serviços Infantis contra as crenças religiosas do [casal]”.
De acordo com a carta, o casal apresentou um pedido em novembro de 2017 para se tornarem pais adotivos. Na semana de 30 de abril a 4 de maio do ano passado, eles se encontraram com uma assistente social da agência de adoção, e a funcionária perguntou ao casal, um dos quais é um pastor, se eles “ainda” acreditam “em algumas das partes mais desatualizadas da Bíblia” e se eles consideravam a homossexualidade um pecado.
Em outubro do ano passado, o casal recebeu uma carta da agência de adoção recusando seu pedido, afirmando que “as políticas de nossa agência não parecem se encaixar em seus valores e crenças”.
Em um comunicado divulgado na semana passada , o Centro de Justiça explicou que, com a carta de demanda, eles esperam que a “agência de adoção reabra o pedido do casal para promover e processar adequadamente sua inscrição para se tornarem pais adotivos de maneira não discriminatória”.
Fundada em 2010, a missão declarada do Centro de Justiça para as Liberdades Constitucionais é “defender as liberdades constitucionais dos canadenses por meio de litígios e educação”.
No ano passado, a organização conseguiu uma vitória legal para um casal evangélico em Alberta que foi informado de que não poderia adotar uma criança porque se opunham à união entre pessoas do mesmo sexo, segundo informações do portal The Christian Post.
O advogado do centro, John Carpay, disse em comunicado em maio passado que estava “emocionado” com a decisão a favor do casal de Alberta, acrescentando que a batalha legal “não diminuiu seu entusiasmo pela adoção de uma criança”.
“O governo não tem o direito de discriminar com base na religião quando olha para casais que estão tentando adotar”, afirmou Carpay em 2018, segundo o The Canadian Press. “Você não pode dizer que alguém não pode se tornar um pai adotivo porque é muçulmano, judeu ou cristão evangélico”, concluiu.