A crise política e humanitária na Venezuela não está sendo difícil apenas no âmbito governamental, mas também no religioso. Isso, porque, como instituições plurais, às igrejas abrigam diferentes pessoas, consequentemente com perspectivas diferentes, e nem todas sabem diferenciar suas paixões político-ideológicas da supremacia do Evangelho de Cristo.
Dessa forma os pastores têm o desafio de saber se posicionar visando alcançar a todos, em nome de Cristo, para que sua igreja não se divida por questões temporárias, mas ao invés disso, se una em favor das verdades bíblicas e pelo bem maior da Venezuela.
“Nossa primeira agenda está relacionada à fé e à esperança, mas é também uma agenda social que deve nos levar a buscar todos os possíveis mecanismos de solidariedade”, declarou José Piñero, pastor e membro do Conselho Evangélico da Venezuela.
“Essa solidariedade não vem somente de nós, somos chamados a compartilhar o pouco que temos, mas, ao mesmo tempo, buscar o apoio da comunidade internacional, da comunidade internacional evangélica, para ajudar a Venezuela”, acrescenta.
O pastor José Rivero, da igreja da Missão Cristã Filhos de Deus, destacou para à Global News Alliance como o choque de posições prejudica o entendimento de ambos os lados. “Estamos aqui por causa das posições opostas, que têm sido tão fortes, mas não têm a capacidade de falar e reconhecer uns aos outros”, disse ele.
Rivero fez um apelo para que a igreja valorize suas “diferentes expressões”, mas tendo como maior objetivo realizar a vontade de Deus, a qual todos devem seguir, independentemente das divergências políticas. “Precisamos interceder para buscar a vontade de Deus e agir de acordo com o nosso chamado, nas diferentes expressões que temos dentro do Corpo de Cristo”. disse ele.
Pablo Salcedo, da Jocum (Jovens com uma Missão), reforça o chamado pela união, considerando que a luz de Cristo o ser humano vem antes de qualquer divergência, de modo que para haver esse olhar é preciso compreender todos os lados do conflito.
“Nós, como Corpo de Cristo, precisamos estar prontos para responder aos dois lados”, disse ele, segundo informações do Evangelical Focus. “A igreja precisa tomar as ruas, interceder, ajoelhar-se […] precisamos estar presentes, ajudando as pessoas com compaixão e misericórdia, tentando ser pragmáticos”.