A denúncia de que partidos políticos e líderes radicais hindus estão recebendo o apoio das autoridades indianas, para perseguir cristãos, está ganhando cada vez mais corpo no país. Em um episódio recente, uma igreja localizada no distrito de Aligarh foi demolida, mesmo tendo o alvará de funcionamento concedido pelo governo.
“Tudo vem da oposição de fanáticos religiosos, liderados pelo presidente do conselho municipal. Ele foi ao pastor e ameaçou: ‘Enquanto eu estiver aqui, você nunca terá a igreja’”, declarou Shibu Thomas, fundador da organização Persecution Relief, que combate à perseguição religiosa no país.
A igreja demolida foi a Assembleia de Deus, em Atrauli, localizada no estado de Uttar Pradesh, considerado um dos mais intolerantes da Índia contra a fé cristã, onde 25 outras igrejas também já foram vítimas de perseguição, sendo obrigadas a fechar suas portas.
Líder da Assembleia de Deus há 10 anos, o Pr. Raju Abraham contou para a Persecution Relief que procurou seguir todos os procedimentos legais para construir a igreja, inclusive a compra do terreno, que é particular.
Nada disso, porém, adiantou. Em 5 de abril Nagar Palika, presidente do conselho municipal, emitiu uma ordem autorizando a demolição do templo, que já estava na fase inicial de construção, com algumas paredes erguidas. Os membros da congregação assistiram tudo, arrasados.
“Não foi fácil começar a construção. As pessoas deram suas economias para ter a igreja”, disse o pastor. “O dano causado à igreja, um símbolo de tolerância religiosa, é irreparável”.
Thomas, por sua vez, explica que essa intolerância é uma tentativa dos hindus radicais de barrar o crescimento de outras religiões, como a cristã. “Em toda a Índia vários locais de culto foram demolidos em construção com o único pretexto de que as pessoas adoravam um Deus estranho”, disse ele.
“Tudo isso é possível em Uttar Pradesh porque o governo local está ligado a políticos. Mais de 25 igrejas foram fechadas e a polícia estacionou do lado de fora dos edifícios para impedir que os cristãos entrassem”, disse ele. “A comunidade está devastada. Os cristãos têm o direito de professar sua própria religião e devem ser respeitados”.