A situação dos cristãos na Argélia vem se tornando cada vez mais delicada por conta da perseguição estatal, que vem fechando igrejas em série ao longo de 2019. Mas grupos de fiéis têm resistido ao cerceamento da liberdade religiosa organizando cultos ao ar livre.
A International Christian Concern (ICC), entidade que se dedica a prestar assistência a cristãos perseguidos, tem acompanhado a situação dos cristãos argelinos. William Stark, gerente regional da ICC, declarou que o governo fechou 12 igrejas no país desde o início do ano.
Mesmo com o cenário desfavorável, membros de uma igreja na cidade de Tizi-Ouzou usaram as redes sociais para mostrar que ainda se reúnem para louvar a Deus em “cultos ao ar livre”. Essa congregação é parceira da emissora cristã SAT-7, mantida por um ministério evangelístico que transmite via satélite para o Oriente Médio e norte da África.
Rex Rogers, presidente da emissora, reuniu-se recentemente com crentes argelinos e contou suas impressões sobre a situação da Igreja de Cristo no país: ”Alguns desses argelinos estavam no Egito quando eu estava lá há duas semanas e deram um relatório sobre essa [perseguição]. Obviamente, eles não estão felizes com a igreja fechada […] mas, eles foram capazes de compartilhar sua fé com a Polícia, eles foram capazes de experimentar a proteção e a bondade de Deus ao longo disso”, contou.
Segundo informações do portal MNN Online, a Missão Portas Abertas classifica a Argélia na 22ª posição, de um total de 50 países, na lista que elenca os piores lugares do mundo para cristãos no sentido de perseguição religiosa. Em outubro , a Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) instou o governo da Argélia a interromper sua perseguição sistemática aos cristãos.
O pastor Salah Challah, presidente da Igreja Protestante da Argélia (EPA) comentou a situação em entrevista à SAT-7 dizendo que as autoridades “podem selar nossas igrejas, mas não nossos corações”.
Rogers acrescentou: “A Argélia é um daqueles [lugares] onde a Igreja Cristã tem crescido dramaticamente […] e de repente há essa reação, mas Deus usa isso para atrair as pessoas para si. É por isso que sempre digo que a Igreja no Oriente Médio é incrível por […] sua resiliência, a força de sua fé”.