Na República Islâmica do Irã, o regime político do país adota o islamismo como religião oficial do Estado. Dessa forma, ser um cristão nesse país significa ser obrigado a conviver com a possibilidade de perseguição religiosa permanente, incluindo prisão e tortura, segundo um relatório atual da organização International Christian Concern (ICC).
O documento ressalta que o governo adotou práticas radicais em seu regime, fruto da aproximação com grupos extremistas, e que assim algumas autoridades estão cometendo abusos, como o envio de cristãos para prisões consideradas “fábricas de torturas”.
“O Irã tem sido governado por elites que fundiram o islã linha-dura com a governança”, diz o documento. “Os cristãos são vistos como uma ameaça à segurança nacional e processados sob esses juízes e então presos na infame prisão de Evin, comumente chamada de ‘fábrica de tortura’”.
Os juízes a que o documento se refere, especificamente, são Mashallah Ahmadzadeh, Mohammed Moghiseh e Ahmad Zargar, todos eles do Tribunal Revolucionário Iraniano.
Os julgamentos são estritamente motivados por intolerância religiosa. O simples fato de portar uma Bíblia, por exemplo, ou ir para um culto cristão, são suficientes para despertar a ira das autoridades, podendo resultar em interrogatórios ou prisão, já que o proselitismo religioso é proibido no país.
“Os cristãos enfrentaram tratamento degradante e desumano por nenhuma outra razão além da fé”, acrescenta o relatório, destacando que mesmo sob forte repressão, os irmãos em Cristo se mantém firmes. “Apesar dessa intensa perseguição, eles firmemente mantiveram sua fé”, conclui a ICC.