A Igreja Perseguida no Iraque teme pelo seu futuro, uma vez que os extremistas do Estado Islâmico dominaram grandes territórios do país, em áreas onde haviam grande concentração de cristãos.
“Nós estamos ameaçados de extinção”, afirmou o padre Muyessir al-Mukhalisi, que dirige uma igreja na região leste de Bagdá, capital do Iraque.
A constatação se deve ao fato de que, em 2014, os cristãos de Mosul — cidade ancestral da comunidade cristã no Iraque — foram forçados a abandonar suas casas e empregos e fugir do Estado Islâmico.
Como se sabe, os extremistas islâmicos estabeleceram seu complexo e hediondo sistema de governo, chamado califado, na região, que fica no norte do Iraque, e começou a destruir igrejas centenárias, além de ultimar os cristãos a converterem-se ao islamismo ou morrerem pelo fio da espada.
De acordo com a agência Reuters, na última semana forças iraquianas apoiadas pelos Estados Unidos lançaram uma ofensiva contra o grupo extremista. A ação foi anunciada como o primeiro passo de uma operação muito maior para expulsar os militantes do Estado Islâmico de Mosul, começando por áreas vizinhas.
“Nós estamos ameaçados de extinção. Essa é uma palavra dura, mas a cada dia estamos acabando. Nosso povo está viajando, emigrando”, disse o padre al-Mukhalisi, queixando-se que o progresso dos militares no confronto com os extremistas tem sido lento.
A estimativa é que mais de 30% do território iraquiano esteja sob domínio do Estado Islâmico, o que gerou uma massa de refugiado na casa de milhões de pessoas. A igreja do padre al-Mukhalisi tem cumprido seu papel, oferecendo, conforme pode, comida e outras doações para as famílias cristãs que a procuram.
Historicamente, o cristianismo está estabelecido no Iraque desde o século I, oriundo da Igreja Primitiva, sob a evangelização dos apóstolos Tomé e Tadeu, que chegaram à região dos rios Tigres e Eufrates como parte da Grande Comissão. Até a ascensão do Estado Islâmico, o país abrigava igrejas cristãs católicas e ortodoxas, que conviviam em paz com as diferentes ramificações do islamismo e também as minorias yazidi.