O crescimento de partidos ultranacionalistas na Índia está causando grande preocupação na comunidade cristã do país. Atualmente, cerca de 270 cristãos estão sendo processados, supostamente, pela “tentativa de converter hindus através do uso de drogas e da disseminação de mentiras sobre o hinduísmo”.
Partidos como o Bharatiya Janata (BJP) pregam a “pureza” da Índia, não admitindo a presença de religiões diferentes, além do hinduísmo, que é reconhecido tradicionalmente como a identidade religiosa do país.
Por conta disso, vários estados da Índia já adotaram leis “anti-conversão”, onde membros de outras religiões, como o cristianismo, são proibidos de evangelizar, assim como os próprios indianos são proibidos de abandonarem o hinduísmo.
“Em Uttar Pradesh, radicais hindus fabricaram acusações infundadas contra inocentes cristãos pentecostais”, disse o presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC), Sajan K. George, explicando que os 270 cristãos processados estão sendo vítimas de falsas acusações.
Eles foram acusados até de utilizar drogas para dopar os hindus e convertê-los mais facilmente. Nos processos constam “várias ofensas criminais, como fraude, contaminação de locais de culto e preconceito contra a integração nacional”, disse o vice-superintendente da polícia, Anil Kumar Pandey à AsiaNews.
Para George, no entanto, se trata de uma intolerância religiosa promovida até mesmo pelas autoridades policiais, o que torna mais difícil a defesa dos cristãos. “Houve uma onda de perseguição contra os cristãos. Pastores pentecostais e grupos cristãos estão sob vigilância constante de elementos radicais e da polícia”, disse ele.
Uma evidência dessa perseguição patrocinada com o apoio de autoridades foi o que ocorreu no último dia 16, em Jaunpur, quando hindus e policiais invadiram um culto cristão que estava sendo realizado em Bhulandih.
“Grupos fanáticos interromperam o culto e gritaram palavras de ordem contra o cristianismo em igrejas e muitos lugares em Jaunpur. Alguns supostamente fizeram isso até mesmo na presença da polícia”, comunicou em um Twitter a Comissão de Liberdade Religiosa da Comunhão Evangélica da Índia, segundo informações do portal Guia-me.