A perseguição religiosa aos cristãos na Índia está ganhando uma proporção absurda após o crescimento de partidos nacionalistas que pregam a “pureza” do país e a rejeição de qualquer outra religião que não seja o hinduísmo. Como resultado, grupos de hindus radicias estão se organizando para atacar cristãos e fechar igrejas.
Foi o que aconteceu com o pastor de uma igreja local na aldeia Jaida, localizada no estado indiano de Madhya Pradesh. Ele e o seu filho foram brutalmente espancados por um grupo de 30 hindus, quando voltavam para casa, após um culto evangélico.
“Eu chorei tanto e implorei com minhas mãos dobradas para nos poupar, já que meu filho já estava inconsciente com os ferimentos sangrentos”, lembra Ramesh Vasunia, de 43 anos, do momento em que pediu pela vida do seu filho, Rahul.
“Nós não sabíamos que uma multidão estava esperando por nós. Fomos parados por uma multidão de 30 radicais hindus. Eles começaram a nos espancar sem nos dar a chance de perguntar as razões do ataque”, disse o pastor. “Apesar de nós implorarmos que parassem, eles continuaram a atacar e danificar nossa motocicleta.”.
O pastor disse que os hindus utilizaram tacos de madeira para espancá-los e que a intenção de alguns era tirar a vida deles, usando até pedras para isso. “Eles nos bateram por mais de meia hora usando paus e tacos de madeira” , disse o Pastor Ramesh.
“Minha visão começou a ficar embaçada e eu pude ouvir os gritos do meu filho e uma voz da multidão dizendo: ‘Mate-os!’ Então eu vi uma pessoa levantando uma grande pedra para bater na minha cabeça e pensei comigo mesmo que eles nos matariam”, completa.
O pastor Ramesh percebeu a gravidade da perseguição que estava sofrendo quando foi prestar queixa na delegacia. Lá, ele foi ameaçado e não teve qualquer apoio, pois segundo às autoridades o partido indiano que está no poder respalda as ações dos agressores.
“Quando fui à delegacia depois de três dias com a queixa, o policial encarregado da estação de Antarveliya me ameaçou com linguagem abusiva” , disse o pastor, segundo informações do Persecution.
“Ele me disse que me mandaria para a prisão por pregar sobre Jesus e disse: ‘Você não sabe que o BJP está no poder?’ Eu não poderia discutir mais com o policial, já que ele falava a mesma língua que os atacantes. Não tínhamos ninguém para nos defender”, conclui.
A Índia atualmente ocupa a posição número 11 na lista de perseguição religiosa mundial, publicada anualmente pela organização Portas Abertas.