Sob investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR), por suspeita de ter recebido propinas no esquema de corrupção da Petrobrás, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) passou a ser alvo de uma representação movida pelo PSOL junto ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
O motivo foi a confirmação feita pela PGR de que Eduardo Cunha mantinha contas não declaradas na Suíça. De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, o banco Julius Baer informou às autoridades suíças que Cunha e seus familiares figuram como beneficiários finais de contas secretas que têm saldo de US$ 2,4 milhões (R$ 9,3 milhões).
As autoridades do país já bloquearam o dinheiro, que está registrado em nome de empresas offshore (firmas de fachada sediadas em paraísos fiscais) que teriam como beneficiários o próprio Cunha, sua esposa, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, e uma das filhas do deputado.
Um dos pontos a serem esclarecidos é a diferença entre os valores que foram computados nas contas e o que o delator Júlio Camargo disse ter repassado a Cunha. Em depoimento à Justiça na Operação Lava-Jato, Camargo disse que entregou a Cunha US$ 5 milhões.
Outro envolvido no escândalo do petrolão, João Augusto Henriques, operador ligado ao PMDB, também disse ter feito depósitos em contas de Cunha no exterior.
A representação movida pelo PSOL no Conselho de Ética deverá ser protocolada na próxima terça-feira, 13 de outubro, segundo informações do G1. Questionado sobre a iniciativa do PSOL, Cunha afirmou que irá falar apenas “na hora que tiver que responder”.
Dizendo-se tranquilo, ele recusou confirmar se tem ou não contas bancárias no exterior: “Eu responderei na hora que tiver que responder. Respondo onde tiver que responder. Eu não vou falar sobre esse assunto. O que entrar no Conselho de Ética, eu responderei o que tiver que entrar, eu não estou preocupado com isso”, concluiu.