24 cristãos, integrantes de quatro famílias localizadas em uma aldeia no Vietnã, foram brutalmente atacados por um grupo de extremistas religiosos, segundo informações da organização Portas Abertas, que se dedica a monitorar os níveis de perseguição religiosa aos cristãos em várias partes do mundo.
Os cristãos precisaram ser hospitalizados, permanecendo oito dias internados para se recuperaram dos graves ferimentos e do abalo emocional provocado pelo ataque em massa, no dia 1 de março desse ano. Todas às vítimas se converteram aos cristianismo recentemente, reforçando a certeza de que os crimes são de natureza religiosa.
Uma das coisas que chamou atenção dos órgãos internacionais foi que às autoridades locais aconselharam aos cristãos abandonarem sua fé em Jesus Cristo. No lugar protegê-los e investigar os fatos para que os agressores fossem presos, o governo local, ao que parece, agiu de forma omissa e conivente com os extremistas.
Uma medida aprovada esse ano, a Lei sobre Crenças e Religiões, está sendo utilizada para perseguir os cristãos no Vietnã, bem como alterações realizadas recentemente no Código Penal do país, que dizem respeito à “Segurança Nacional”.
A perseguição religiosa no Vietnã foi discutida na 37ª sessão do Conselho de Direitos Humanos realizada em Genebra esse mês. O presidente do Comitê de Direitos Humanos do Vietnã (VCHR), Vo Van Ai, disse ao Conselho no último dia 14 que “o Vietnã afirma que não há prisioneiros políticos, apenas pessoas que violaram a lei”.
Entretanto, o problema está na concepção acerca do que significariam tais violações. O exercício da fé cristã, por exemplo, pode ser considerada uma violação, caso as autoridades interpretem dessa forma a “Lei sobre Crenças e Religiões”. Na prática, portanto, se trata de uma perseguição religiosa sistêmica, envolvendo a cumplicidade de algumas autoridade.
Vo Van Ai explicou no Conselho que essas leis são “invocadas sistematicamente para deter os dissidentes políticos, religiosos, defensores dos direitos humanos e a sociedade civil”. Isto é, sempre que a intenção é justificar algum tipo de perseguição, como a religiosa aos cristãos.